tag:blogger.com,1999:blog-13403610439435322502024-02-21T01:38:31.369-03:00Panfleto LiberalBlog panfletário de caráter político-filosófico-literário-econômico-jurídico-lúdico.Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.comBlogger113125tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-43205947077804127032013-01-03T23:40:00.000-02:002013-01-04T00:24:11.149-02:00Privatizem a CEEE<br />
<span style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; text-align: justify;">Porto Alegre tem um clima previsivelmente imprevisível. Em distintas épocas do ano, chove e venta muito por aqui. Quando isso ocorre, milhares de porto-alegrenses são privados da energia elétrica, vital para sua vida diária. Após sucessivos apagões ao longo deste mês, o governador Tarso Genro eximiu-se de responsabilidade, culpando uma suposta “privatização selvagem” ocorrida na década de 1990. Elementar, mas uma privatização de verdade (chame de “selvagem”, se assim preferir) é justamente o que faltou. À época (15 anos atrás), parte do mercado da CEEE passou ao controle de concessionárias privadas, mas não houve realmente uma privatização. Privatizar significa, antes de qualquer coisa, despolitizar. Energia elétrica é algo importante demais para ficarmos à mercê da ineficiente gestão política que caracteriza todo e qualquer empreendimento governamental. Além disso, é essencial que haja concorrência, sob o risco de trocar-se um monopólio público por um privado.</span><br />
<br style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; text-align: justify;" />
<span style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; text-align: justify;">Hoje, fosse a CEEE uma empresa privada, “cabeças já teriam rolado”, ações teriam despencado e mudanças teriam sido feitas para que tais fatos não mais ocorressem. No presente cenário, o foco não foi a solução dos problemas, mas, sim, a produção de desculpas com a finalidade de “limpar a barra” do governo. Culpou-se o vento, a falta de investimentos e, é claro, governos anteriores. Por ser uma empresa estatal, a CEEE não está submetida a incentivos de mercado. Desfruta de um monopólio, precisa realizar concursos públicos e licitações que, apesar de essenciais devido à transparência que deve orientar toda e qualquer atividade estatal, não primam pela eficiência ou pela meritocracia. Pelo bem de todos os seus clientes, a CEEE deve se tornar uma empresa privada, submetida ao mais rígido e eficiente controle público (diferente de estatal, frise-se) já inventado: a vontade dos consumidores por meio da livre concorrência no mercado. </span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; text-align: justify;"><br /></span>
<span style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; text-align: justify;">____________________________________________________</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 19.200000762939453px; text-align: justify;">Publicado originalmente no <a href="http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=112198">Jornal do Comércio em 27/12/2012</a>.</span>Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-21709738683337245992012-12-17T13:35:00.000-02:002012-12-17T15:12:59.364-02:00Guerra Civil é aqui!<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">Será que no futuro o período que vivemos hoje será tratado na História do Brasil como a "Guerra Civil de 1990*-20..."??! Índice de mortalidade pra isso, tem!</span><br />
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;" />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">Detalhe: aqui não é exatamente fácil adquirir LEGALMENTE uma arma de fogo...</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiDwlPnZxJA0BKXSzngKkBxKbCYboX0QE069SlVicDnuM6AGEhWSym8YFHy7b0A3UBQMxV4knEp9VsU1lO_zjn_6XI7yVgPUeNhT7PlNfgqHYbFyrmgrFwd84L2qKk1S7YQGo8fYD0H5oK/s1600/conflitos+armados.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiDwlPnZxJA0BKXSzngKkBxKbCYboX0QE069SlVicDnuM6AGEhWSym8YFHy7b0A3UBQMxV4knEp9VsU1lO_zjn_6XI7yVgPUeNhT7PlNfgqHYbFyrmgrFwd84L2qKk1S7YQGo8fYD0H5oK/s640/conflitos+armados.jpg" width="628" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">*Quando o índice de homicídios passou de 20 por 100 mil habitantes (shit got really serious):</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-QyIxYDVzqrcK2zWRyT-_CjOdHM9Pzg14lU-SVrEUOsZ_dC1Cy6yjwsPbaJuJkltQ3Pf36zNlfR8fB-oVapsLO4Vl0ZlbNMRrXaGQSVHp-FXc3Bg4r4JREeyZpA9S8HsT801IZrDAHqAM/s1600/homicidios+no+Brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-QyIxYDVzqrcK2zWRyT-_CjOdHM9Pzg14lU-SVrEUOsZ_dC1Cy6yjwsPbaJuJkltQ3Pf36zNlfR8fB-oVapsLO4Vl0ZlbNMRrXaGQSVHp-FXc3Bg4r4JREeyZpA9S8HsT801IZrDAHqAM/s1600/homicidios+no+Brasil.jpg" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">Dados do <a href="http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_web.pdf">MAPA DA VIOLÊNCIA 2012</a></span>Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-60538900432251363592012-12-05T15:01:00.000-02:002012-12-05T15:18:23.291-02:00Vagabundagem e Estado de Bem-Estar Social no Brasil<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">A indolência e a vagabundagem encontram-se no cerne da atual crise do Estado de Bem-Estar Social no mundo desenvolvido. Pessoal quer trabalhar 35 horas por semana (se tanto!), tirar siesta, se aposentar aos 50 anos, saúde de graça, educação</span><br />
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">
idem, e tudo o mais aquilo que se (acredita que) tem direito. </div>
<br />
<br />
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">
<br />
O problema é que alguém necessariamente precisa pagar essa conta, afinal tais benesses não caem do céu simplesmente por estar escrito em algum lugar que "temos direito a isso ou aquilo".<br />
<br />
Lembrei dessa imagem ao ler a reportagem abaixo. O Brasil segue um rumo perigoso: quer ficar vagabundo e indolente antes de ficar rico. Muita cigarra pra pouca formiga nesse país!</div>
<br />
<br />
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPo-N-T8kVYxbpTc8znuqltdwq4KZ82jB-56GorwtQoWPtK1Z6ui3gX5Nfpg7L79l-nPrx5IWwflw_kiKvzDP4nRqjKTr47h2JAeMJVSpcMzceg-9sSOy825Wiigxa2DrlhFycXpLP8Ep_/s1600/how+the+welfare+state+begins+and+ends.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPo-N-T8kVYxbpTc8znuqltdwq4KZ82jB-56GorwtQoWPtK1Z6ui3gX5Nfpg7L79l-nPrx5IWwflw_kiKvzDP4nRqjKTr47h2JAeMJVSpcMzceg-9sSOy825Wiigxa2DrlhFycXpLP8Ep_/s640/how+the+welfare+state+begins+and+ends.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 17.999998092651367px;">
<br />
<a href="http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1196121-cresce-numero-de-homens-que-nao-trabalham-nem-estudam-diz-ipea.shtml">"Cresce número de homens que não trabalham nem estudam, diz Ipea"</a><br />
<br />
____________________________________________<br />
E, de lambuja, dois links interessantes sobre a Suécia, paraíso do Welfare State:<br />
<a href="http://online.wsj.com/article/SB10001424052748704698004576104023432243468.html">"The Swedish Model"</a><br />
<br /><a href="http://www.bloomberg.com/news/2012-06-06/booming-sweden-s-free-market-solution.html">"Booming Swedens's Free-Market Solution"</a></div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-3846433965819747422012-11-20T11:25:00.000-02:002012-11-20T11:25:28.486-02:00"Dia da Consciência Negra"<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">No "Dia da Consciência Negra", renovo meus votos para que um dia se deixe de lado (de uma vez por todas) essa palhaçada de dividir pessoas pela cor da pele. </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Consciência negra, branca, amarela ou azul são apenas subterfúgios coletivistas para reduzir indivíduos ao determinismo de um grupo, tornando-os meros objetos nas mãos de tiranos interessados em dividir a sociedade artificialmente em classes, de modo a alcançar mais facilmente seus objetivos de dominação para a imposição de sua visão de mundo sobre tudo e todos. A história se repete...</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Com a palavra, Morgan Freeman:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/5eCRc4HJUDw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;" />Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-62587887573651124652012-11-11T20:07:00.001-02:002012-11-11T20:07:29.841-02:00Deixe fazer, Presidente!<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">Certa feita, nos idos de 1680, quando os destinos da economia francesa eram decididos pelo rei Luís XIV e seu ministro da Economia, Jean-Baptiste Colbert, este recebeu uma delegação de proeminentes empresários com o objetivo de melhor desenvolver o comércio. Conta-se que o ministro Colbert inquiriu o grupo sobre de que maneira poderia auxiliá-los, ao que um tal Monsieur Le Gendre respondeu: "Deixai fazer, esse deveria ser o lema dos poderes públicos, já que vivemos em um mundo civilizado... A noção de que não podemos crescer sem rebaixar a nossos vizinhos é uma noção detestável!".</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">Esse episódio deu origem a um dos mais conhecidos e significativos lemas do liberalismo, o "laissez-faire". Essa expressão resume bem aquilo que o verdadeiro empresário deve demandar do Estado e de seus governantes: que se abstenham de interferir no processo de criação de riqueza e satisfação das demandas dos consumidores no mercado. Como afirmava um dos popularizadores da expressão na França, o economista Vincent de Gournay, "Deixai fazer e deixar passar, o mundo vai por si próprio". </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">De modo diferente, tem-se desenvolvido e consolidado no Brasil um tipo de empresário que não vive sem a mão amiga do governo. Seja por meio de subsídios diretos ou indiretos (crédito a preço abaixo do mercado), seja por proteções especiais contra a competição, as grandes empresas brasileiras tornam-se cada vez mais dependentes de regalias governamentais.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">No primeiro semestre de 2012, foi anunciado um pacote de medidas visando a diminuir o peso do Estado nas costas da indústria. Tais medidas são sempre bem-vindas, mas se recomenda cautela ao analisar medidas direcionadas somente a um ou outro grupo. Conforme ensinou Henry Hazlitt em seu clássico Economia numa única lição, devemos considerar não só os efeitos imediatos de qualquer ato ou política, mas, também, os mais remotos, bem como as consequências de determinada política não somente para um único grupo, mas para todos.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">Se por um lado o governo faz o bem ao facilitar a atuação de um setor de inegável importância na economia do Brasil, o que se vê é um aprofundamento do capitalismo de compadres, influenciado por grupos de pressão (sendo a indústria um dos principais no país), e não um compromisso com a desburocratização do Estado e com a redução das barreiras institucionais à atividade empresarial. Tal processo é extremamente perigoso, pois cria incentivos para que recursos importantes sejam desviados de atividades de empreendedorismo puro de mercado para o empreendedorismo político. Ao diferenciar setores, conferindo tratamento preferencial para um ou outro, o governo gera um sinal claro: o empreendedorismo político compensa.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">Do outro lado da moeda, a mentalidade excessivamente voltada ao curto prazo que tem caracterizado a atuação do empresariado brasileiro pode vir a custar caro, ao torná-lo cada vez mais refém de políticos populistas, interessados em promover suas próprias agendas - ainda que, para isso, tenham de se aliar a uma classe que tanto odeiam, como a classe empresarial.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">Os empresários brasileiros não precisam de regalias governamentais, mas sim que o governo se abstenha de impor mais e mais barreiras à atividade empresarial. O governo precisa não fazer, mas sim deixar fazer!</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; line-height: 14px;">___________________________________________________________________________</span><br />
<br />
<span style="color: #333333; font-family: Trebuchet MS, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 14px;">Publicado originalmente na <a href="http://revistaleader.com.br/rl_artigos_int.asp?id=242">edição 90 da Revista Leader</a>, publicação online do IEE (Instituto de Estudos Empresariais)</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 14px;"><br /></span>Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-42794112319547026352012-10-16T17:56:00.000-03:002012-10-16T17:56:27.735-03:00Liberdade e democracia: aliados ou inimigos?<span style="background-color: white;"><br /></span>
<br />
<div class="post-thumb" style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.666666030883789px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;"><img alt="Yes Democracy" class="attachment-lead-image wp-post-image" height="250" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/Yes-Democracy-460x250.jpg" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="Yes Democracy" width="460" /></span></div>
<div class="entry-content" style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.666666030883789px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 40px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbuttons" style="border: 0px; clear: left; font-size: 11.666666030883789px; height: 20px; margin: 10px auto 10px 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbutton ssb-button-fblike" style="border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class=" fb_reset" id="fb-root" style="background-image: none; border-spacing: 0px; border: 0px; color: black; cursor: auto; direction: ltr; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 1; margin: 0px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 0px; text-align: left; text-shadow: none; vertical-align: baseline; visibility: visible; word-spacing: normal;">
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; height: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: absolute; top: -10000px; vertical-align: baseline; width: 0px;">
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;"><iframe id="fb_xdm_frame_http" name="fb_xdm_frame_http" src="http://static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=11#channel=f3d82a27a&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F10%2Fliberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3d2508ee4%26" style="border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe><iframe id="fb_xdm_frame_https" name="fb_xdm_frame_https" src="https://s-static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=11#channel=f3d82a27a&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F10%2Fliberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3d2508ee4%26" style="border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe></span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
</div>
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<span style="background-color: white; border: 0px; display: inline-block; font-size: 11.666666030883789px; height: 18px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: text-bottom; width: 70px;"><iframe class="fb_ltr" id="f21ab18be8" name="feac1336" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?channel_url=http%3A%2F%2Fstatic.ak.facebook.com%2Fconnect%2Fxd_arbiter.php%3Fversion%3D11%23cb%3Dfad2019bc%26origin%3Dhttp%253A%252F%252Fwww.ordemlivre.org%252Ff3d82a27a%26domain%3Dwww.ordemlivre.org%26relation%3Dparent.parent&colorscheme=light&extended_social_context=false&href=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F10%2Fliberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos%2F&layout=button_count&locale=en_US&node_type=link&sdk=joey&send=false&show_faces=false&width=100" style="border-style: none; font-size: 11.666666030883789px; height: 18px; margin: 0px; outline: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; vertical-align: baseline; width: 70px;" title="Like this content on Facebook."></iframe></span></div>
</div>
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<span style="background-color: white;"><iframe allowtransparency="true" class="twitter-share-button twitter-count-horizontal" data-twttr-rendered="true" frameborder="0" scrolling="no" src="http://platform.twitter.com/widgets/tweet_button.1347008535.html#_=1350420678837&count=horizontal&id=twitter-widget-0&lang=en&original_referer=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F10%2Fliberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos%2F&size=m&text=Liberdade%20e%20democracia%3A%20aliados%20ou%20inimigos%3F&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F10%2Fliberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos%2F" style="border-width: 0px; font-size: 11.666666030883789px; height: 20px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 108px;" title="Twitter Tweet Button"></iframe></span></div>
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<div id="___plusone_0" style="background-color: white; border: 0px none; display: inline-block; float: none; font-size: 1px; height: 20px; line-height: normal; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 90px;">
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" hspace="0" id="I0_1350420677833" marginheight="0" marginwidth="0" name="I0_1350420677833" scrolling="no" src="https://plusone.google.com/_/+1/fastbutton?bsv=m&abtk=AEIZW7SGjALkfEkfVsMnyfEUqWNEQPonZOZDZYufW9CvNvWcodCezdIXO9AJk%2BVpCjhMpO%2BBvDGuwN/AeiMOZ9tp2jx3KLTbj8k4CWD%2BSKel24HRzk%2BTMns%3D&size=medium&hl=en&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F10%2Fliberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos%2F&ic=1&jsh=m%3B%2F_%2Fapps-static%2F_%2Fjs%2Fgapi%2F__features__%2Frt%3Dj%2Fver%3DfXLGfhhMG2A.pt_BR.%2Fsv%3D1%2Fam%3D!2H2H8ZqGj6aIqyfgIg%2Fd%3D1%2Frs%3DAItRSTPkySzYYC3GlLhcqgmcD0XnEM4SZw#_methods=onPlusOne%2C_ready%2C_close%2C_open%2C_resizeMe%2C_renderstart%2Concircled%2Conload&id=I0_1350420677833&parent=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org" style="border-style: none; border-width: 0px; font-size: 0.8333333134651184px; height: 20px; left: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: static; top: 0px; vertical-align: baseline; visibility: visible; width: 90px;" tabindex="0" title="+1" vspace="0" width="100%"></iframe></div>
</div>
</div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Nos períodos pós-eleitorais é bastante comum vermos e ouvirmos reclamações diversas sobre como as pessoas não sabem votar e sobre como a Democracia é um regime imperfeito e cheio de problemas. Tais lamentos são fruto da sensação de ineficácia política que acomete a maioria da população brasileira.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">O desencanto em relação à Democracia geralmente está associado a expectativas exageradas sobre o que ela pode nos oferecer. O filósofo e economista alemão Hans-Hermann Hoppe chegou a escrever um livro chamado <a href="http://www.amazon.com/Democracy-Economics-Politics-Monarchy-Natural/dp/0765808684" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">“Democracia: o Deus que falhou”</a>. Mas quem disse que a Democracia é um deus? Deificar a Democracia é algo similar àquilo que fazem alguns economistas “neoclássicos” ao partirem de modelos baseados em situações hipotéticas de equilíbrio perfeito (de inegável importância didática, mas praticamente irrealizáveis): quando a realidade do dinâmico processo de mercado não reflete tais modelos, apontam-se falhas de mercado, que, por sua vez, servem de justificativa para intervenções governamentais de caráter corretivo.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">O mercado não é perfeito, pois é um processo que decorre da interação impessoal de bilhões indivíduos dotados de informações incompletas, custos de transação e preferências cambiantes e imprevisíveis. O mercado político também tem limitações, motivo pelo qual não faz sentido endeusarmos a Democracia nem qualquer outra forma de organização política coordenada por homens. O que não quer dizer, como no caso do processo de mercado, que devamos jogar o bebê fora com a água do banho.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Como afirma Michael Munger em seu excelente artigo <a href="http://www.econlib.org/library/Columns/y2005/Mungerdemocracy.html" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">“Democracy is a Means, Not an End”</a>, o problema não é estarmos demandando e participando muito pouco do processo democrático (como é comum ouvir daqueles que veem em “mais educação” a solução para todas as distorções do nosso sistema político), mas sim em estarmos esperando demais dele. Da mesma forma, ao endeusarmos a Democracia, como fazem alguns ao justificarem leis e políticas públicas absurdas com base argumentos rasos como “foi democrático” ou “foi a vontade do povo”, estaremos endeusando seres humanos, pois são eles que moldam as instituições políticas que determinam o funcionamento dos regimes democráticos. Democracia sem respeito a direitos e liberdades de minorias (sendo o indivíduo a menor minoria) e ao Estado de Direito não é Democracia, é Democratismo.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Nesse ponto, a Declaração de Independência Americana traz uma lição importante, ao declarar, inicialmente, a existência de direitos inerentes a todos os homens – e que “para assegurar tais direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seu justo poder do consentimento dos governados”. A Democracia não pode, portanto, ser vista como um fim em si mesma, mas somente como uma maneira de se verificar o consentimento dos governados (ou “administrados”, conforme a nomenclatura do Direito brasileiro). Os fins de uma constituição política não devem ser a garantia da felicidade de grupo A ou B, mas sim a garantia dos direitos e liberdades individuais de seus cidadãos (ficando a critério de cada um a sua busca individual pela felicidade), estando eles acima de uma eventual vontade da maioria. Em outras palavras, democracia não pode ser dois lobos e uma ovelha decidindo qual será o jantar.</span></div>
</div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.ordemlivre.org/2012/10/liberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos/lobos/" rel="attachment wp-att-11796" style="background-color: white; border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><img alt="" class="alignright size-medium wp-image-11796" height="177" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/Lobos-300x177.jpg" style="border: none; display: block; float: right; font-size: 11.666666030883789px; margin: 15px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="Lobos" width="300" /></a></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Ademais, o valor da Democracia não está em garantir que serão escolhidos os melhores e mais aptos para ocuparem cargos de decisões sobre a vida pública de uma região, mas sim na relativa facilidade de livrar-se dos maus ocupantes de tais posições. É claro que os critérios segundo os quais os políticos são julgados como “bons” ou “maus” no desempenho de suas funções depende dos valores socioculturais adotados (conscientemente ou não) pelo eleitorado.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">A busca por alternativas é saudável e instigante. O problema é que por mais que optemos em virar as costas à política, esta insistirá em nos lembrar de sua incômoda, porém necessária, existência. O exemplo do <a href="http://www.seasteading.org/">Seasteading Institute</a>, empreitada popularizada por Patri Friedman (neto de Milton Friedman) é emblemático nesse sentido. Partindo de elementos de análise da Teoria da Escolha Pública, Friedman <a href="http://www.cato-unbound.org/2009/04/06/patri-friedman/beyond-folk-activism/">concluiu que a Democracia é inviável e que somente por meio da competição teremos algum tipo de inovação neste “mercado”</a>. Sua ideia com a criação do Seasteading Institute é construir plataformas marítimas habitáveis em águas oceânicas internacionais para gerar uma multiplicidade de sistemas e regimes de governo que possam competir entre si e com aqueles existentes em Estados nacionais já estabelecidos.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">A ideia é interessante, mas é assentada na premissa de que a atual relativa falta de regulações sobre o uso de águas internacionais permanecerá mesmo quando governos e organismos multilaterais perceberem-nas como um bem econômico, algo que hoje não ocorre. Desta maneira, por meio de uma simples canetada, um paraíso da liberdade pode passar a fazer parte da jurisdição de um Estado autoritário.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Se não podemos fugir da política, parece melhor, então que esta seja regida por procedimentos democráticos. A Democracia (em sua forma representativa/indireta) é, sem sombra de dúvidas, o melhor regime já posto em prática para a tomada de decisões em grandes grupos. Apesar de seus inúmeros defeitos, é nas modernas democracias liberais em que se desfruta o maior nível de liberdade e prosperidade da história da raça humana. Apesar da possibilidade de captura de agentes políticos por parte de interesses específicos (o que diminui inegavelmente sua eficiência), é o regime que mais se adequa ao dinamismo de uma economia de mercado, pois não concentra excessivos poderes de decisão em um número reduzido de agentes (quanto mais descentralizadas as decisões políticas, melhor).</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Isso não quer dizer, obviamente, que tenhamos exaurido as possibilidades de desenvolvimento institucional ou que estejamos diante do “fim da história”. Especialmente em países como o Brasil, onde a Democracia ainda tem muito a se desenvolver, os avanços ainda são muitos e necessários. Não faz sentido afirmar-se que “a Democracia não funcionou no Brasil”, assim como não faz sentido dizer que “o Capitalismo não funcionou no Brasil”: encontramo-nos em um estágio incipiente de ambos. Como afirma Robert A. Dahl em seu “Sobre a Democracia” (uma excelente obra sobre a história e a atualidade das práticas democráticas), o desenvolvimento da Democracia é, ainda, uma viagem inacabada.</span></div>
</div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.ordemlivre.org/2012/10/liberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos/democracy/" rel="attachment wp-att-11797" style="background-color: white; border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><img alt="" class="alignright wp-image-11797" height="240" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/Democracy-245x300.jpg" style="border: none; display: block; float: right; font-size: 11.666666030883789px; margin: 15px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="Democracy" width="196" /></a></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">O fato é que estamos diante de um legado com inegável superioridade em relação às alternativas até então encontradas, e que não deve ser descartado em nome de aventuras de duvidosa aplicação prática. Liberdade e democracia não são somente compatíveis, como parecem ser essenciais à garantia uma da outra. Todos os países substancialmente livres na história da humanidade eram democráticos – ter liberdade econômica sob uma ditadura não é ser livre, como ocorre em Hong Kong e Cingapura, por exemplo.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Por mais que seja empolgante e estimulante sonharmos com um mundo voluntarista, onde possamos prescindir por completo da presença do Estado, não podemos permitir que o ideal seja inimigo do bom. Do contrário, arriscamos cair no mesmo poço sem fundo dos socialistas utópicos que, por sobre uma pilha de cadáveres deixada por seus pares realistas, seguem aguardando que o mundo se molde a rigidez de suas ideias. Ou <a href="http://libertarianproblems.tumblr.com/post/28988142711/waiting-for-seasteading-to-actually-happen" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">perdermos</a> raras oportunidades de afetarmos, ainda que marginalmente, o clima de ideias e as instituições políticas que nos cercam.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">______________________________________________________</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Texto publicado orginalmente no <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/10/liberdade-e-democracia-aliados-ou-inimigos/">OrdemLivre.org no dia 16/10/2012</a>.</span></div>
</div>
</div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-42661018443084316362012-10-13T19:05:00.002-03:002012-10-13T19:06:36.612-03:00Não negociamos com terroristas<br />
<br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A onda de
protestos no mundo islâmico contra um filme que, supostamente,
ofende o sentimento religioso de seguidores do Islamismo ao retratar
Maomé como sádico e cruel não chega a ser uma grande novidade.
Recentemente, o assassinato do diretor de cinema Theo an Gogh e os
incidentes que se seguiram após a publicação de uma charge
retratando Maomé como um homem-bomba em um jornal dinamarquês já
deixavam clara a facilidade com que radicais islâmicos ofendem-se
com menções críticas à sua religião.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O que
causa preocupação, no entanto, é a leniência e a subserviência
com que o Ocidente tem reagido às pressões liberticidas perpetradas
por certos grupos islâmicos. Após os recentes acontecimentos
desencadeados pelo tal filme, a presidente Dilma Roussef fez questão
de denunciar uma suposta onda de islamofobia mundo afora. Obama, por
sua vez, qualificou o vídeo como um “insulto não apenas aos
muçulmanos, mas também aos americanos”. Nenhuma palavra em defesa
da liberdade de expressão ou contra a reação totalmente
desproporcional perpetrada por uma minoria barulhenta e midiática no
mundo islâmico.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Temos em
questão um falso conflito entre duas liberdades: de religião e de
expressão. A verdade, no entanto, é que não se pode conceber
liberdade de religião sem liberdade de expressão. Professar
publicamente uma religião demanda que se expresse um determinado
ponto de vista sobre os mistérios da vida e de deus. Foi justamente
do questionamento das crenças estabelecidas que surgiram e se
desenvolveram as religiões modernas.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Esquivar-se
de defender a liberdade de expressão do diretor do filme em questão
pode até ter como objetivo acalmar os ânimos no mundo islâmico,
mas acabará servindo, na verdade, como um endosso a uma minoria de
radicais. Estes, que já controlam a agenda de liberdades civis em
seus próprios países, restringindo direitos fundamentais de
mulheres, homossexuais e minorias étnico-religiosas, receberão um
sinal verde para prosseguirem com seus atos de violência e terror.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A
liberdade é um bem precioso que, uma vez perdido, dificilmente é
recuperado em sua plenitude. O preço que se paga por ela é a eterna
vigilância. O terror é um inimigo cruel e traiçoeiro, pois aposta
justamente no imediatismo e na tendência conciliatória dos regimes
democráticos. Justamente por isso, é fundamental que o Ocidente
defenda suas liberdades e envie uma mensagem clara aos intolerantes:
não negociamos com terroristas!</div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-17489703211154604892012-09-19T17:32:00.000-03:002012-09-19T17:33:10.116-03:00Mais liberdade, menos política<span style="background-color: white;"><br /></span>
<br />
<div class="entry-meta entry-header" style="background-image: url(http://www.ordemlivre.org/wp-content/themes/deadline/images/bg-dots.png); background-position: 0% 100%; background-repeat: repeat no-repeat; border: 0px; color: #999999; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 10px; outline: 0px; padding: 20px 0px 15px; text-transform: uppercase; vertical-align: baseline;">
<img alt="urna" class="attachment-lead-image wp-post-image" height="250" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/urna-460x250.jpg" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); color: #333333; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="urna" width="460" /></div>
<div class="entry-content" style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.666666030883789px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 40px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbuttons" style="border: 0px; clear: left; font-size: 11.666666030883789px; height: 20px; margin: 10px auto 10px 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbutton ssb-button-fblike" style="border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class=" fb_reset" id="fb-root" style="background-image: none; border-spacing: 0px; border: 0px; color: black; cursor: auto; direction: ltr; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 1; margin: 0px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 0px; text-align: left; text-shadow: none; vertical-align: baseline; visibility: visible; word-spacing: normal;">
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; height: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: absolute; top: -10000px; vertical-align: baseline; width: 0px;">
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;"><iframe id="fb_xdm_frame_http" name="fb_xdm_frame_http" src="http://static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=11#channel=f2a5c1a5d4&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F09%2Fmais-liberdade-menos-politica%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3ee2d4b6c%26" style="border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe><iframe id="fb_xdm_frame_https" name="fb_xdm_frame_https" src="https://s-static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=11#channel=f2a5c1a5d4&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F09%2Fmais-liberdade-menos-politica%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3ee2d4b6c%26" style="border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe></span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
</div>
<div class="fb-like fb_edge_widget_with_comment fb_iframe_widget" data-href="http://www.ordemlivre.org/2012/09/mais-liberdade-menos-politica/" data-layout="button_count" data-send="false" data-show-faces="false" data-width="100" style="border: 0px; display: inline-block; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; border: 0px; display: inline-block; font-size: 11.666666030883789px; height: 18px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: text-bottom; width: 75px;"><iframe class="fb_ltr" id="f303635954" name="f1b5934074" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?channel_url=http%3A%2F%2Fstatic.ak.facebook.com%2Fconnect%2Fxd_arbiter.php%3Fversion%3D11%23cb%3Df32a83ede8%26origin%3Dhttp%253A%252F%252Fwww.ordemlivre.org%252Ff2a5c1a5d4%26domain%3Dwww.ordemlivre.org%26relation%3Dparent.parent&extended_social_context=false&href=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F09%2Fmais-liberdade-menos-politica%2F&layout=button_count&locale=en_US&node_type=link&sdk=joey&send=false&show_faces=false&width=100" style="border-style: none; font-size: 11.666666030883789px; height: 18px; margin: 0px; outline: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; vertical-align: baseline; width: 75px;" title="Like this content on Facebook."></iframe></span></div>
</div>
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<span style="background-color: white;"><iframe allowtransparency="true" class="twitter-share-button twitter-count-horizontal" data-twttr-rendered="true" frameborder="0" scrolling="no" src="http://platform.twitter.com/widgets/tweet_button.1347008535.html#_=1348085134856&count=horizontal&id=twitter-widget-0&lang=en&original_referer=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F09%2Fmais-liberdade-menos-politica%2F&size=m&text=Mais%20liberdade%2C%20menos%20pol%C3%ADtica&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F09%2Fmais-liberdade-menos-politica%2F" style="border-width: 0px; font-size: 11.666666030883789px; height: 20px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 108px;" title="Twitter Tweet Button"></iframe></span></div>
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<div id="___plusone_0" style="background-color: white; border: 0px none; display: inline-block; float: none; font-size: 1px; height: 20px; line-height: normal; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 90px;">
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" hspace="0" id="I0_1348085134514" marginheight="0" marginwidth="0" name="I0_1348085134514" scrolling="no" src="https://plusone.google.com/_/+1/fastbutton?bsv=pr&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F09%2Fmais-liberdade-menos-politica%2F&size=medium&count=true&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&hl=en&ic=1&jsh=m%3B%2F_%2Fapps-static%2F_%2Fjs%2Fgapi%2F__features__%2Frt%3Dj%2Fver%3Dfd9BrBKSynI.pt_BR.%2Fsv%3D1%2Fam%3D!qJoTPiXYHR-YY0x1eg%2Fd%3D1%2Frs%3DAItRSTPfcGRJ9QRI53FBw4rnXGogrFhA0Q#_methods=onPlusOne%2C_ready%2C_close%2C_open%2C_resizeMe%2C_renderstart%2Concircled%2Conload&id=I0_1348085134514&parent=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org" style="border-style: none; border-width: 0px; font-size: 0.8333333134651184px; height: 20px; left: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: static; top: 0px; vertical-align: baseline; visibility: visible; width: 90px;" tabindex="0" title="+1" vspace="0" width="100%"></iframe></div>
</div>
</div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">A grande maioria das pessoas aprende desde cedo a viver sob valores liberais, como o respeito à liberdade, à paz e à propriedade alheia. Desde a mais tenra idade aprendemos que “é feio” bater em nossos coleguinhas, pegar para si aquilo que não nos pertence, a dizer “com licença”, “por favor”, “me desculpe”, etc. E a ampla maioria das pessoas leva também para a vida adulta tais padrões de conduta. Não deixamos de roubar ou matar só porque é proibido e temos medo da prisão, mas sim porque está muito claro que é errado fazer isso (difícil crer que um índice de solução de homicídios de cerca de 8% seja um fator dissuasório tão relevante). A “regra de ouro”, que diz que não devemos fazer aos outros aquilo que não desejamos que seja feito a nós mesmos, é algo tão automático e presente em nossas vidas e em nossas relações interpessoais que às vezes nem percebemos.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Além disso, uma pessoa pode não saber exatamente o que quer em todas as circunstâncias de sua vida, mas em geral não aceitaria que um completo estranho viesse e arbitrariamente começasse a decidir em seu lugar que roupa usar, que cerveja beber, que carro comprar, que tipo de estabelecimento comercial frequentar ou com quem se relacionar. Em geral aceitamos que nossos pais influenciem tais escolhas até certa idade, mas mesmo nestes casos (pessoas que nos conhecem “desdesempre”), aceitamos essa perda de autonomia muito a contragosto.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<img alt="" class="alignright wp-image-11527" height="173" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/ovelhas.jpg" style="border: 0px; display: block; float: right; font-size: 11.666666030883789px; margin: 15px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="ovelhas" width="185" /><span style="background-color: white;">Na esfera política, entretanto, a mesma lógica não se aplica. Cidadãos zelosos das suas liberdades e preferências individuais agem como dóceis ovelhinhas, abdicando do campo aberto da liberdade em favor do cercado do paternalismo estatal, cada vez mais sufocante e claustrofóbico. Infelizmente poucos se dão conta da incoerência entre a aspiração por liberdade, comum a todos os indivíduos, e a disposição em dar cada vez mais poder a uma entidade abstrata chamada “Estado”, composta por um grupo de pessoas que não nos conhecem, não sabem das nossas preferências e, francamente, sequer se importam com a nossa existência.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Não se trata de demonizar políticos e agentes públicos. É preciso compreender, no entanto, que eles são apenas seres humanos, limitados e dotados de informações imperfeitas, buscando maximizar seus ganhos de acordo com os incentivos que lhes são dados. Como todo nós. A diferença é que, na busca por seu benefício próprio no mercado, as pessoas são levadas “como que por uma mão invisível” a buscarem o bem comum (atendimento das necessidades dos consumidores); enquanto na política as regras são outras, já que o benefício próprio (eleição ou reeleição) não passa pelo bem comum, mas sim pela capacidade em tirar de alguns (maioria da população) para distribuir a outros (pequenos grupos de pressão bem articulados).</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<img alt="" class="wp-image-11528 alignleft" height="136" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/santinho_washington.jpg" style="border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 15px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="santinho_washington" width="89" /></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Em <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/05/quer-diminuir-a-corrupcao-no-brasil-tire-poder-das-maos-de-politicos/" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">artigo</a> <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/05/quer-diminuir-a-corrupcao-no-brasil-tire-poder-das-maos-de-politicos/" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">anterior</a>, discuti a relação entre o tamanho do Estado e a corrupção. A despeito da necessidade (amplamente discutível) da provisão de certos bens públicos por parte do Estado, no Brasil a abrangência do governo sobre a sociedade extrapolou, já há muito tempo, o limite do razoável. E devido ao conjunto de incentivos que se colocam no nosso sistema político, nossas escolhas eleitorais acabam sendo cada vez mais reduzidas a aventureiros carismáticos, imbecis (supostamente) bem-intencionados e notórios pilantras.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Mas como mudar esse cenário? Não vejo outra maneira a não ser uma mudança de atitude para com o Estado. Avanços graduais em direção a incrementos de liberdade são sempre bem vindos. Mas, como ensinou Frédéric Bastiat, enquanto a maior parte da população continuar vendo o Estado como um meio de viver à custa dos demais (ignorando que é ele próprio – políticos, burocracia e grupos de pressão – quem vive à custas de todo mundo), teremos poucas chances de uma mudança substancial.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<img alt="" class="wp-image-11529 alignright" height="132" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/vote-MISES-E-FRIEDMAN.jpg" style="border: 0px; display: block; float: right; font-size: 11.666666030883789px; margin: 15px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="vote MISES E FRIEDMAN" width="181" /></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">O caminho é, obviamente, longo. Essa mudança passa, necessariamente, por uma compreensão mais clara da lógica do mercado e da política. Quem quer que nutra esperanças sobre a possibilidade do surgimento de uma figura messiânica dotada da capacidade de mudar “tudo isso que está aí”, acabará se frustrando. É fundamental que tenhamos pessoas capazes, empreendedoras e corajosas para enfrentarem a luta política. Mas antes disso é fundamental que se modifique o clima de ideias predominante em nossa sociedade. Afinal, “somente ideias podem suplantar ideias” (Ludwig von Mises).</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">____________________________________________</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Texto publicado orginalmente no <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/09/mais-liberdade-menos-politica/">OrdemLivre.org no dia 18/09/2012.</a></span></div>
</div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-86580941011162233112012-09-05T16:27:00.001-03:002012-09-18T10:47:17.832-03:00Comentário sobre o Mensalão para a revista colombiana "Perspectiva"<br />
<div class="expert-column even" style="border: 0px; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font: inherit; line-height: 14px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 571px;">
<br />
<h3 class="ar_12r" style="border: 0px; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px 0px 5px; vertical-align: baseline;">
<br /></h3>
<h3 class="ar_12r" style="border: 0px; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px 0px 5px; vertical-align: baseline;">
<div align="JUSTIFY" class="western" style="color: #bc0000; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Los casos
de corrupción en gran escala no son ninguna novedad en Brasil. Sin
embargo, nunca tantas figuras prominentes de la república estuvieron
involucradas en un escándalo tan amplio como el Mensalão.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Algunos
meses después del descubrimiento del Mensalão, el Presidente Lula
se disculpó en cadena nacional afirmando que no sabía nada y que
había sido traicionado. El dato curioso es que nunca dijo quien lo
había traicionado. Poco tiempo después, Lula vino a afirmar que el
Mensalão ni siquiera había existido.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Aunque
sea muy difícil creer que Lula no sabía del esquema de compra de
parlamentarios para que apoyasen a su gobierno en la Cámara de
Diputados, él no fue incluido en la lista de acusados en el proceso
que se inició ante el Supremo Tribunal Federal en 2007.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
La
condena de alguien tan cercano como José Dirceu, su exjefe de
gabinete, puede crear un nuevo escenario para Lula, dificultando su
regreso a la presidencia en las elecciones de 2018 (cuando el muy
probable segundo mandato de la presidenta Dilma llegaría a su fin),
pues probará que la articulación de la compra de apoyo
parlamentario ocurrió en su antesala. En cualquier caso, Lula y el
PT esperan contar con la falta de candidatos de oposición y su
actitud apática en relación al escándalo del Mensalão (que ya
viene desde 2005, cuando no se atrevió a pedir su impeachment).</div>
</h3>
<div style="border: 0px; font: inherit; padding: 0px 0px 10px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="border: 0px; font: inherit; padding: 0px 0px 10px; vertical-align: baseline;">
Retirado da <a href="http://www.revistaperspectiva.com/perspectivas/am-rica-latina-una-regi-n-popular-y-corrupta">seção América Latina da revista</a> Perspectiva.</div>
</div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-12951854854036909172012-08-29T18:35:00.000-03:002012-08-29T18:35:28.104-03:00 O fetiche da "igualdade social"<br />
<br />
<br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Causou
certa repercussão na mídia recentemente um estudo da ONU que aponta
o Brasil como o 4° país com maior desigualdade de renda na América
Latina. Não é algo que chegue a surpreender, dados os fortes
contrastes com que nos deparamos diariamente. Causa certa estranheza,
no entanto, que seja a desigualdade, e não a pobreza em si, o que
incomoda tanto a tantos. Impera uma espécie de fetiche quanto a uma
utopia de “igualdade social” que só poderia ser alcançada por
meio de políticas de “redistribuição de renda” que, como o
próprio nome diz, serviriam para corrigir uma distribuição
ocorrida previamente – no caso, aquela resultante das trocas
voluntárias no mercado.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Tal
solução é problemática, pois ignora o o fato de que o Brasil é,
antes de mais nada, um país pobre. Temos o 6° maior PIB do planeta,
conforme amplamente alardeado recentemente, mas com a 5ª maior
população e somente o 75° maior PIB per capita. Ou seja, ainda que
toda a riqueza do País fosse distribuída igualmente entre cada um
de seus habitantes (algo impossível, diga-se de passagem), o Brasil
ainda seguiria sendo pobre. Países como Panamá, Botswana, Gabão,
Irã e Costa Rica seriam mais ricos que nós.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Além
disso, a ideia de que os ricos só o são às custas dos pobres é,
em geral, equivocada. Excetuados casos em que a renda é obtida por
meio do processo político (o chamado <i>rent-seeking</i>), só há
uma maneira de enriquecer: oferecendo algo que outras pessoas
queiram. Isso vale tanto para o atleta que chuta uma bola de maneira
que agrade a seus torcedores quanto para o empresário que oferece um
bem ou serviço que torne mais fácil a vida de seus consumidores. Se
eu opto por dar meu dinheiro para um time de futebol em troca de 2
horas de divertimento é sinal de que eu valorizo mais esse serviço
do que o preço pago por ele. Se não valorizasse, não teria pago.
Se a troca é voluntária, as duas partes envolvidas saem ganhando
(enriquecem), pois o mercado não é um jogo de soma zero com uma
quantidade fixa de riqueza.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O
essencial, portanto, é que haja um ambiente de liberdade para
investir, empreender e comerciar para que mais e mais riquezas sejam
geradas e distribuídas no mercado conforme a preferência dos
consumidores. Essa estratégia obteve enorme êxito nas sociedades
onde a pobreza relativa (“menos ricos”) aboliu a pobreza
absoluta. O outro caminho – da redistribuição por meio do Estado
– é perigoso, pois incentiva o empreendedorismo político em
detrimento do empreendedorismo de mercado.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
___________________________________________________</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Artigo publicado na <a href="http://wp.clicrbs.com.br/opiniaozh/2012/08/29/artigo-o-fetiche-da-igualdade-social/?topo=13%2C1%2C1%2C%2C%2C13">pág. 18 da Zero Hora de 29/08/2012</a>.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-20312044465739149172012-08-18T18:45:00.000-03:002012-08-29T18:55:57.279-03:00Brasil: prioridades de uma potência olímpica<br />
<h1 class="entry-title single-entry-title" style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 22px; font-weight: normal; line-height: 30px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 10px 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;"><img alt="zanetti" class="attachment-lead-image wp-post-image" height="250" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/zanetti-460x250.jpg" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); font-size: 11.666666030883789px; line-height: 20px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="zanetti" width="460" /></span></h1>
<div class="clearfix" id="single-columns" style="background-color: #10234b; border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.666666030883789px; line-height: 20px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div id="single-column-left" style="background-image: url(http://www.ordemlivre.org/wp-content/themes/deadline/images/bg-widget-title.gif); background-position: 0% 0%; background-repeat: repeat no-repeat; border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 460px;">
<div class="entry-content" style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px 0px 40px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbuttons" style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; clear: left; font-size: 11.666666030883789px; height: 20px; margin: 10px auto 10px 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbutton ssb-button-fblike" style="background-color: transparent; border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class=" fb_reset" id="fb-root" style="background-image: none; border-spacing: 0px; border: 0px; color: black; cursor: auto; direction: ltr; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 1; margin: 0px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 0px; text-align: left; text-shadow: none; vertical-align: baseline; visibility: visible; word-spacing: normal;">
<div style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; height: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: absolute; top: -10000px; vertical-align: baseline; width: 0px;">
<div style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<iframe id="fb_xdm_frame_http" name="fb_xdm_frame_http" src="http://static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=10#channel=f2d71bc278&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F08%2Fbrasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Dfd7aa518%26" style="background-color: transparent; border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe><iframe id="fb_xdm_frame_https" name="fb_xdm_frame_https" src="https://s-static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=10#channel=f2d71bc278&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F08%2Fbrasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Dfd7aa518%26" style="background-color: transparent; border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe></div>
<div style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
</div>
<div class="fb-like fb_edge_widget_with_comment fb_iframe_widget" data-href="http://www.ordemlivre.org/2012/08/brasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica/" data-layout="button_count" data-send="false" data-show-faces="false" data-width="100" style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; display: inline-block; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: transparent; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border: 0px; display: inline-block; font-size: 11.666666030883789px; height: 18px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: text-bottom; width: 100px;"><iframe class="fb_ltr " id="f2542863c4" name="f3e707cfd4" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?channel_url=http%3A%2F%2Fstatic.ak.facebook.com%2Fconnect%2Fxd_arbiter.php%3Fversion%3D10%23cb%3Df25ca2a8d%26origin%3Dhttp%253A%252F%252Fwww.ordemlivre.org%252Ff2d71bc278%26domain%3Dwww.ordemlivre.org%26relation%3Dparent.parent&extended_social_context=false&href=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F08%2Fbrasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica%2F&layout=button_count&locale=en_US&node_type=link&sdk=joey&send=false&show_faces=false&width=100" style="background-color: transparent; border-style: none; font-size: 11.666666030883789px; height: 18px; margin: 0px; outline: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; vertical-align: baseline; width: 100px;" title="Like this content on Facebook."></iframe></span></div>
</div>
<div class="simplesocialbutton ssb-buttom-twitter" style="background-color: transparent; border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
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<div id="___plusone_0" style="background-color: transparent; border: 0px none; display: inline-block; float: none; font-size: 1px; height: 20px; line-height: normal; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 90px;">
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" hspace="0" id="I0_1345325559033" marginheight="0" marginwidth="0" name="I0_1345325559033" scrolling="no" src="https://plusone.google.com/_/+1/fastbutton?bsv=pr&size=medium&hl=en&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F08%2Fbrasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica%2F&count=true&jsh=m%3B%2F_%2Fapps-static%2F_%2Fjs%2Fgapi%2F__features__%2Frt%3Dj%2Fver%3DCWkQliCeB6U.pt_BR.%2Fsv%3D1%2Fam%3D!YLz4zcRjznaA2Lb5GQ%2Fd%3D1%2Frs%3DAItRSTNL6PJB5cJDZ6vR7wPiNao58_pJ6Q#_methods=onPlusOne%2C_ready%2C_close%2C_open%2C_resizeMe%2C_renderstart%2Concircled%2Conload&id=I0_1345325559033&parent=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org" style="background-color: transparent; border-style: none; border-width: 0px; font-size: 0.8333333134651184px; height: 20px; left: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: static; top: 0px; vertical-align: baseline; visibility: visible; width: 90px;" tabindex="0" title="+1" vspace="0" width="100%"></iframe></div>
</div>
</div>
<div style="background-color: transparent; border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br />
<span style="background-color: transparent; font-size: 8.5pt; line-height: 15pt; text-align: justify;">Chegou ao fim esta semana mais uma edição dos Jogos Olímpicos.
Como boa parte dos brasileiros, torci muito pelo sucesso dos atletas
representantes do Brasil em Londres. O que me incomoda, no entanto, é a
recorrência de um certo discurso no meio esportivo brasileiro após eventos como
esse.</span><br />
<span style="background-color: transparent; font-size: 8.5pt; line-height: 15pt; text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Ganhando ou perdendo, a história é quase sempre a mesma: “faltam
investimentos no esporte no Brasil”. <a href="http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/08/gazetaesportes/especiais/olimpiadas_de_londres/noticias_-_2012/1341732-tecnico-de-esquiva--boxe-nao-tem-o-apoio-que-merece-no-brasil.html" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">Se houve êxito, foi apesar da falta de incentivo</span></a> – e a
existência de talentos que superam adversidades seria uma prova de que, com
investimento, “teríamos” (sempre na 1ª pessoa do plural) muito mais vitórias e
medalhas. Se o resultado foi negativo, trata-se de uma mera <span style="border: 1pt none windowtext; color: #005695; outline: 0px; padding: 0cm; text-decoration: none;"><a href="http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/redacao/2012/08/06/apos-atuacao-ruim-brasileiro-culpa-cavalo-vento-e-reclama-de-falta-de-apoio-no-hipismo.htm" style="outline: 0px;">consequência da falta de investimentos, sem os quais não há condições de
competir.</a></span><o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">A delegação brasileira que foi a Londres recebeu o maior aporte
de investimentos públicos de toda a história do esporte brasileiro. Segundo <a href="http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/redacao/2012/07/16/investimento-de-verba-publica-no-ciclo-olimpico-bate-recorde-e-passa-dos-r-2-bi.htm" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">levantamento do UOL Esporte</span></a>, o volume de investimentos foi
mais do que o dobro da Olimpíada anterior. Entre subsídios do Ministério dos
Esportes, leis de incentivo e patrocínio de estatais, foram cerca de R$ 2,1
bilhões, contra pouco mais de R$ 1 bilhão no caminho até Pequim, em 2008.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Para os jogos do Rio em 2016, além dos gastos absurdos
envolvendo <a href="http://www.lancenet.com.br/rio2016/velodromo-Rio-custara-milhoes_0_743325861.html" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">infraestrutura esportiva de utilidade pós-Olimpíada amplamente duvidosa</span></a>,
já se anunciam investimentos ainda mais ambiciosos. Com o objetivo de que a
delegação brasileira salte da recente 22ª para pelo menos a 10ª posição no
quadro de medalhas, o Ministério do Esporte deve anunciar em breve um <a href="http://oglobo.globo.com/esportes/ministerio-do-esporte-anuncia-criacao-de-mais-uma-bolsa-5778878#ixzz23gB3AfQP" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">programa que concederá bolsas mensais entre R$ 5 mil e R$ 15 mil para
atletas com potencial olímpico</span></a>.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Atletas profissionais são, via de regra, pessoas que investiram
grande parte de seu tempo no acúmulo de capital humano para se tornarem mais
produtivos no seu ofício. Não podemos perder de vista, no entanto, o fato de
que eles são trabalhadores como quaisquer outros. Faz sentido enquadrá-los,
especificamente, no ramo do entretenimento, pois essa parece ser a principal
função da exposição da prática desportiva (seja olímpica ou não). Ninguém (a
não ser o próprio atleta, sua família, sua equipe e, vá lá, apostadores) extrai
qualquer benefício tangível das suas vitórias. Mas as pessoas em geral se
alegram pela vitória de alguém por quem se torce, ou ao menos admiram façanhas
físicas perpetradas por esportistas.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 1pt none windowtext; color: #005695; font-size: 8.5pt; padding: 0cm; text-decoration: none;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype
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<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Pode-se afirmar com certa segurança que ninguém aprendeu a ler
quando Sarah Menezes (patrocinada, dentre outros, pela INFRAERO – ?!) ganhou o
ouro no judô; nenhum doente na fila do SUS teve acesso a um leito hospitalar
quando César Cielo (patrocinado pelos Correios) ganhou mais uma medalha; e
nenhuma vida deixou de ser perdida por ações criminosas (que matam <a href="http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_web.pdf" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">cerca de 50 mil por ano</span></a> no Brasil) quando Esquiva Falcão
e seu irmão Yamaguchi (patrocinados pela Petrobrás) ganharam suas medalhas no
boxe olímpico.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Não há dúvidas de que que os atletas merecem todo o respeito
pelo empenho em suas atividades – como qualquer trabalhador, aliás. No entanto,
não há qualquer motivo razoável que justifique uma distinção especial ao
trabalho de um maratonista ou de um ginasta e não ao de um marceneiro ou de um
padeiro – o que dizer de um professor, de um médico ou de um empreendedor!<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">No caso de um atleta, é necessário contemplarmos duas opções: ou
1) o exercício de sua profissão tem viabilidade no mercado, e, nesse caso não
há qualquer necessidade de subsídios governamentais; ou 2) não tem viabilidade,
o que é sinal de que o público não têm interesse na atividade do atleta (não
dando seu voto no mercado com seu dinheiro em seu favor) e de que talvez fosse
melhor para a sociedade como um todo que ele se dedicasse a outro ofício com
maior demanda no mercado.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Afinal, antes de “pensarmos” em “sermos” (1ª do plural
significando sempre o uso de dinheiro público, lembre-se) uma das 10 potências
olímpicas mundiais, como quer o Ministro do Esporte, deveríamos buscar melhorar
pelo menos um pouquinho em lacunas de maior impacto no presente e no futuro do
Brasil. No que toca à situação da educação, da saúde e da segurança, por
exemplo, o cenário brasileiro é dramático.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Ocupamos a 88ª posição (dentre 127 países) no <a href="http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001871/187129por.pdf" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, da UNESCO</span></a> (atrás
de países como Paraguai, Belize e Mongólia, dentre outros), com um nível de
analfabetismo funcional que alcança ¼ da população e um modelo educacional que
concentra excessivos recursos no ensino superior e deixa migalhas para a
educação básica. Nosso sistema de saúde encontra-se na 125ª posição (dentre 191
países) de acordo com um <a href="http://www.who.int/healthinfo/paper30.pdf" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">estudo da Organização
Mundial de Saúde (OMS)</span></a>, temos a 92° melhor expectativa de vida (72,4
anos – bem abaixo da Islândia, 3° país mais longevo do mundo, e que, por sinal,
não levou nenhuma medalha em Londres) e a 106ª taxa de mortalidade infantil.
Além disso, o Brasil apresenta média anual de mortes violentas superior à de
boa parte dos conflitos armados mundo afora – alcançando a assustadora cifra de
1,09 milhão de homicídios entre 1980 e 2010 – em 2008, apenas 10 países no
mundo tiveram <a href="http://data.un.org/Default.aspx" style="outline: 0px;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #005695; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm; text-decoration: none; text-underline: none;">taxas de homicídio mais
altas que as brasileiras</span></a>.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">É óbvio que não se trata de responsabilizar os atletas
brasileiros pelas mazelas do país. Mas dentre as diversas possibilidades de
atuação que se colocam diante do Estado brasileiro, encontrar algo mais
importante do que pagar o salário de atletas olímpicos deveria ser uma questão
de bom senso. Faz-se necessário chamar à responsabilidade nossa classe política
que se aproveita demagogicamente do apelo popular da retórica de pão e circo
possibilitada por grandes eventos esportivos como Olimpíadas e Copa do Mundo.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 8.5pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.ordemlivre.org/2012/08/brasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica/dilma-2/" style="outline: 0px;"><span style="border: 1pt none windowtext; color: #005695; font-size: 8.5pt; padding: 0cm; text-decoration: none;"><!--[if gte vml 1]><v:shape
id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75" alt="Descrição: http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/Dilma.jpg"
href="http://www.ordemlivre.org/2012/08/brasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica/dilma-2/"
style='width:186pt;height:139.5pt;visibility:visible;mso-wrap-style:square'
o:button="t">
<v:imagedata src="file:///C:\Users\Fabio\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.jpg"
o:title="Dilma"/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span></a><span style="font-size: 8.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">Não me agrada nem um pouco ter cerca de metade do fruto do meu
trabalho tomado pelo governo por meio de tributos. Imagino que a sociedade
brasileira estaria muito melhor se pudesse buscar seus próprios fins por meio
da cooperação voluntária no mercado, sem sofrer a exploração do governo, que
toma parte importante da sua riqueza para redistribuir de acordo com critérios
mais do que discutíveis. Mas se é para gastar o dinheiro suado do trabalhador
brasileiro em nome de uma finalidade comum por meio do Estado, bem…, basta
olhar ao redor para perceber que existem no contexto brasileiro problemas muito
maiores do que o fato de não sermos uma potência olímpica.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: 8.5pt;">_______________________________________________________<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #29303b; font-size: 8.5pt;">Texto originalmente publicado no </span><span style="font-size: 8.5pt;"><a href="http://www.ordemlivre.org/2012/08/brasil-prioridades-de-uma-potencia-olimpica/">OrdemLivre.org<span style="color: #29303b;"> no dia 16/08/12</span></a><span style="background: #FFF2CC;">.</span><o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-77178560866023527132012-08-14T01:31:00.000-03:002012-10-13T19:07:29.510-03:00Sugestão simples<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em tempos de greve, gostaria de sugerir aos valorosos servidores públicos que ora privam a população brasileira de serviços pelos quais ela paga por meio de impostos:<span style="line-height: 17.999998092651367px;"> façam como seus pares do setor privado e, em caso de insatisfação com seus salários e/ou condições de trabalho, peçam demissão e busquem alternativas no mercado que melhor atendam seus interesses e desejos.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; line-height: 17.999998092651367px;">______________________________________</span></span></div>
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"></span><br /></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; line-height: 17.999998092651367px;"><br /></span></span></div>
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; line-height: 17.999998092651367px;">O quê?!, como é?! Em nenhum outro lugar vocês ganharão tanto e serão tão pouco cobrados para cumprirem exemplarmente com suas atribuições como no serviço público brasileiro?! ?Ah, ok, entendi. Beleza, então.</span></span></div>
<span style="background-color: #fff2cc; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">
</span>Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-19632944724464749192012-08-04T18:59:00.002-03:002012-08-04T18:59:50.477-03:00Lula e Collor se explicam<br />
<br />
Diversas semelhanças entre o contexto deste vídeo...<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object width="320" height="266" class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://0.gvt0.com/vi/Qj-w3i9_hpQ/0.jpg"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Qj-w3i9_hpQ&fs=1&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="http://www.youtube.com/v/Qj-w3i9_hpQ&fs=1&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<br />
<br />
... e o deste outro:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/frqNKSnsqLI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Uma grande diferença: um caiu, o outro foi reeleito.Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-63523217386098884982012-07-28T13:22:00.000-03:002012-07-28T13:23:34.621-03:00O Brasil nas Olimpíadas de Londres 2012<br />
<br />
Torço muito pelo Brasil nas Olimpíadas porque, pô, é o país onde eu vivi quase sempre e onde vivem quase todas as pessoas que eu gosto nesse mundo.<br />
<br />
Mas odeio o governo sob o qual temos que viver e esse sistema político corrupto, indecente, baseado no quem "não chora, não mama", em que todo mundo tem que sustentar todo mundo por meio de impostos obtidos via pressão política.<br />
<br />
Então, ainda que eu torça pelo sucesso dos atletas brasileiros em Londres, me incomoda termos que pagar pelo salário de boa parte deles para satisfazer ao ufanismo nacionalista de políticos e burocratas "bem intencionados" que acreditam estar fazendo um bem ao país subsidiando a prática e a exibição de esportes que quase ninguém tem interesse em acompanhar e, por isso, não conseguem viabilidade no mercado.<br />
<br />
Pergunto, por fim, quantas crianças aprenderão a ler a cada medalha olímpica? Quantos leitos em emergências hospitalares serão disponibilizados a cada vez que lermos "Correios" ou "Caixa" no uniforme dos "nossos" atletas? Quantos contratos públicos deixarão de ser fraudados a cada vez que a bandeira verde-amarela pintar na tela da Record?<br />
<br />
___________________<br />
Leitura recomendada: o sempre atual <a href="http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=342">"O que se vê e o que não se vê", de Frédéric Bastiat</a><br />
<br />
P.S.: Dei um print screen pra galera não perder esse momento histórico em que o Brasil ocupou o 1° lugar no quadro de medalhas.
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc6ApBO3k6DQVffQvvo-1cWLhyUGWqSNxQXUYGGbGvkFB66J5Oiw3eRtpOadB2hJudU_RQNroi683cfzgUQg1iBeYg-4dXm3l_8_CL1dDL-5XT8_uxc8NgNuiNjVSqTIKCxZitPWGPNcmK/s1600/primeiro+lugar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="335" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc6ApBO3k6DQVffQvvo-1cWLhyUGWqSNxQXUYGGbGvkFB66J5Oiw3eRtpOadB2hJudU_RQNroi683cfzgUQg1iBeYg-4dXm3l_8_CL1dDL-5XT8_uxc8NgNuiNjVSqTIKCxZitPWGPNcmK/s400/primeiro+lugar.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-87147955666119189062012-07-24T13:26:00.001-03:002012-07-24T13:32:35.337-03:00A cooperação social no mercado e no mundo de Barack Obama<br />
<div class="post-thumb" style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.666666030883789px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;"><img alt="FORWARD" class="attachment-lead-image wp-post-image" height="250" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/FORWARD-408x250.jpg" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="FORWARD" width="408" /></span></div>
<div class="entry-content" style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.666666030883789px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 40px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbuttons" style="border: 0px; clear: left; font-size: 11.666666030883789px; height: 20px; margin: 10px auto 10px 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbutton ssb-button-fblike" style="border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class=" fb_reset" id="fb-root" style="background-image: none; border-spacing: 0px; border: 0px; color: black; cursor: auto; direction: ltr; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 1; margin: 0px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 0px; text-align: left; text-shadow: none; vertical-align: baseline; visibility: visible; word-spacing: normal;">
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; height: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: absolute; top: -10000px; vertical-align: baseline; width: 0px;">
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;"><iframe id="fb_xdm_frame_http" name="fb_xdm_frame_http" src="http://static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=9#channel=f16bd3ec68&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F07%2Fa-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3f6dbd9b%26" style="border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe><iframe id="fb_xdm_frame_https" name="fb_xdm_frame_https" src="https://s-static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=9#channel=f16bd3ec68&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F07%2Fa-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3f6dbd9b%26" style="border-width: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe></span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 10.833333015441895px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
</div>
<div class="fb-like fb_edge_widget_with_comment fb_iframe_widget" data-href="http://www.ordemlivre.org/2012/07/a-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama/" data-layout="button_count" data-send="false" data-show-faces="false" data-width="100" style="border: 0px; display: inline-block; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc; border: 0px; display: inline-block; font-size: 11.666666030883789px; height: 19px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: text-bottom; width: 100px;"><iframe class="fb_ltr " id="f272061db" name="f1d189bc98" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?channel_url=http%3A%2F%2Fstatic.ak.facebook.com%2Fconnect%2Fxd_arbiter.php%3Fversion%3D9%23cb%3Df35d5aaf6c%26origin%3Dhttp%253A%252F%252Fwww.ordemlivre.org%252Ff16bd3ec68%26domain%3Dwww.ordemlivre.org%26relation%3Dparent.parent&extended_social_context=false&href=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F07%2Fa-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama%2F&layout=button_count&locale=en_US&node_type=link&sdk=joey&send=false&show_faces=false&width=100" style="border-style: none; font-size: 11.666666030883789px; height: 19px; margin: 0px; outline: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; vertical-align: baseline; width: 100px;" title="Like this content on Facebook."></iframe></span></div>
</div>
<div class="simplesocialbutton ssb-buttom-twitter" style="border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;"><iframe allowtransparency="true" class="twitter-share-button twitter-count-horizontal" frameborder="0" scrolling="no" src="http://platform.twitter.com/widgets/tweet_button.1340179658.html#_=1343145774149&count=horizontal&id=twitter-widget-0&lang=en&original_referer=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F07%2Fa-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama%2F&size=m&text=A%20coopera%C3%A7%C3%A3o%20social%20no%20mercado%20e%20no%20mundo%20de%20Barack%20Obama&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F07%2Fa-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama%2F" style="border-width: 0px; font-size: 11.666666030883789px; height: 20px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 108px;" title="Twitter Tweet Button"></iframe></span></div>
<div class="simplesocialbutton ssb-button-googleplus" style="border: 0px; float: left; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div id="___plusone_0" style="background-color: #fff2cc; border: 0px none; display: inline-block; float: none; font-size: 1px; height: 20px; line-height: normal; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 90px;">
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" hspace="0" id="I0_1343145773302" marginheight="0" marginwidth="0" name="I0_1343145773302" scrolling="no" src="https://plusone.google.com/_/+1/fastbutton?bsv=pr&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F07%2Fa-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama%2F&size=medium&count=true&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&hl=en&jsh=m%3B%2F_%2Fapps-static%2F_%2Fjs%2Fgapi%2F__features__%2Frt%3Dj%2Fver%3DSfRwq2Gf9Y0.pt_BR.%2Fsv%3D1%2Fam%3D!g1Jk74_hHGWYLXF4lw%2Fd%3D1%2Frs%3DAItRSTM68BApriiLL6wpdWDPutc9o6MLIg#_methods=onPlusOne%2C_ready%2C_close%2C_open%2C_resizeMe%2C_renderstart%2Conload&id=I0_1343145773302&parent=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org" style="border-style: none; border-width: 0px; font-size: 0.8333333134651184px; height: 20px; left: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: static; top: 0px; vertical-align: baseline; visibility: visible; width: 90px;" tabindex="0" title="+1" vspace="0" width="100%"></iframe></div>
</div>
</div>
<div dir="ltr" style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Há pouco mais de uma semana o presidente Barack Obama acirrou os ânimos pré-eleitorais nos Estados Unidos. Em uma passagem que provavelmente teria pouquíssima repercussão no Brasil ou em qualquer outro país onde o intervencionismo seja a mentalidade hegemônica, <a href="http://youtu.be/YKjPI6no5ng" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Obama afirmou o seguinte</a>:</span></div>
<blockquote style="border-left-color: rgb(232, 232, 232); border-left-style: solid; border-width: 0px 0px 0px 3px; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; font-style: italic; line-height: 22px; margin: 0px 20px 15px; outline: 0px; padding: 0px 0px 0px 10px; quotes: none; vertical-align: baseline;">
<div dir="ltr" style="border: 0px; font-size: 14.166666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">“Se você teve sucesso, você não chegou lá sozinho… Eu sempre me surpreendo com pessoas que pensam ‘Bem, deve ser porque eu sou muito inteligente’. Há muitas pessoas inteligentes por aí… Se você teve sucesso, alguém no caminho deu-lhe uma ajuda… Se você tem um negócio, não foi você quem o criou: alguém fez ele acontecer.”</span></div>
</blockquote>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Esta manifestação de Obama ocorre dentro de um contexto eleitoral em que ele busca se afirmar artificialmente como o candidatos dos mais pobres, em contraste a seu opositor Mitt Romney, que seria o “candidato dos ricos”. Sim, ao que parece a mentalidade demagógica e economicamente infundada de “luta de classes” parece ter chegado aos Estados Unidos de vez, e tem dado o tom de algumas das mais importantes discussões pré-eleições.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">A ideia aqui, no entanto, não é discutir as clivagens eleitorais americanas, mas sim tratar de <a href="http://www.realclearpolitics.com/video/2011/12/06/obama_now_blames_the_internet_for_job_losses.html" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">mais esta concepção equivocada</a> a orientar os pronunciamentos e ações de Obama: a ideia de que aqueles que enriqueceram não o fizeram por méritos próprios, mas sim porque foram ajudados pela sociedade – e, por conta disso, eles devem estar dispostos a “retribuir” pagando<a href="http://articles.cnn.com/2012-07-10/politics/politics_denise-rich-citizenship_1_eduardo-saverin-tax-lawyers-tax-evasion" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> impostos cada vez maiores</a>.</span></div>
<div dir="ltr" style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;"><img alt="" class="alignnone" height="290" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/You_Didnt_Build_That-Obama-300x218.jpg" style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="You_Didnt_Build_That-Obama" width="400" /></span></div>
<div dir="ltr" style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Trata-se de uma visão típica de quem acredita que a Economia seja um “jogo de soma zero”. De acordo com esta concepção, quando um empreendedor enriquece ao ofertar bens e serviços que seus consumidores desejem, ele está tirando algo da sociedade, enriquecendo à custa de alguém – no caso, dos consumidores. Essa ideia ignora o fato de que quando duas partes interagem no mercado por meio de uma transação voluntária elas o fazem por vislumbrarem um benefício, uma vantagem, um acréscimo de bem-estar advindo dessa nova alocação de recursos. Se eu lhe vendi uma gravata por 50 reais, significa que eu, em determinado momento, valorizei mais os 50 reais do que a gravata. E, no seu caso, você considerou que a gravata que lhe foi oferecida valia mais do que os 50 reais que pagou por ela. Para que uma troca voluntária (isto é, em que não houve coerção ou fraude) ocorra, as duas ou mais partes envolvidas devem vislumbrar uma vantagem. Caso uma delas não se encontre nesta situação, não ocorrerá troca alguma.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Não obstante as claras intenções de Barack Obama ao proferir as palavras referidas acima, devemos reconhecer que ele está certo ao dizer que “ninguém chegou lá sozinho”. Pessoas se ajudam mutuamente a todo momento mundo afora, mesmo sem se conhecerem ou mesmo tomarem conhecimento da existência uma da outra. <a href="http://www.cato-at-liberty.org/sweet-commerce-in-south-asia/" style="border: 0px; color: #005695; font-size: 11.666666030883789px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">É possível até que essas pessoas que contribuíram para sua melhoria mútua se odeiem</a>. Mas isso não importa. O que importa é que elas se dispõem a estabelecer trocas por meio do mais eficiente e justo processo de cooperação social existente: o mercado. É eficiente por prescindir de uma organização central que vise descobrir qual a forma alocativa que melhor satisfaça as partes envolvidas (as próprias partes têm incentivos suficientes para calcularem seus custos e benefícios de acordo com seus interesses e as informações contidas no sistema de preços). E é justo por basear-se em direitos de propriedade sem os quais seria impossível aferir adequadamente as preferências e valores subjetivos das partes envolvidas.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">O enriquecimento por meio do processo de mercado, fornecendo bens ou serviços que melhorem a vida das pessoas, é uma via de mão dupla. Para que eu ganhe dinheiro, preciso da “ajuda” das outras pessoas. Mas preciso convencê-las a me ajudarem. E a melhor forma de fazer isso é oferecendo algo de valor em troca do seu dinheiro. Afinal, como afirmou Adam Smith, “[n]ão é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que ele têm pelos próprios interesses. Apelamos não à sua humanidade, mas ao seu amor-próprio, e nunca falamos de nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter.”</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Obama está errado, no entanto, ao embasar seu credo político-econômico na ideia de que os mais ricos devem ser obrigados a “retribuir” a sociedade pelo que ela lhes deu. Em um sistema de livre mercado, o lucro auferido pelos agentes é a melhor medida da sua contribuição para a sociedade (e de quanto esta preza tal contribuição). Não foi tirando dinheiro das pessoas que Bill Gates ficou bilionário. Foi oferecendo-lhes a possibilidade de terem uma vida melhor por meio do uso de computadores pessoais. E não há dúvidas de que sua capacidade empreendedora empregada na popularização e produção em massa destes bens revolucionou a vida de milhões (se não bilhões) de pessoas.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Por outro lado, a questão é complexa, pois a dinâmica das democracias modernas é influenciada, em graus variados, pela sempre perniciosa mão governamental na Economia. Quando se cria um amplo sistema de benesses estatais, envolvendo proteções alfandegárias, bail-outs e crédito governamental subsidiado, o que se vê não é mais o funcionamento do mercado livre, onde a cooperação social se dá por meio de trocas voluntárias mutuamente benéficas. O que se vê são situações em que os consumidores têm sua capacidade de escolha limitada não por circunstâncias de mercado, mas por circunstâncias que resultam da ação política de grupos de pressão bem organizados.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">O empresário de verdade, que enriquece honestamente sem buscar privilégios estatais à custa dos consumidores, não precisa retribuir em nada à sociedade. Ele já fez isso ao possibilitar a ela o acesso a bens e serviços melhores e mais baratos. Já o empresário cúmplice do capitalismo de compadres, abraçado entusiasticamente por Obama (mas posto em prática também por seus antecessores), sabe muito bem a quem retribuir pela “ajudinha” recebida. Dica: esse alguém que é ajudado não se chama “sociedade”.</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/atlas-139x300.jpg" imageanchor="1" style="float: right; margin-bottom: 15px; margin-left: 15px; margin-right: 15px;"><img alt="" border="0" class="alignright" height="400" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/atlas-139x300.jpg" style="border: 0px; display: block; font-size: 11.666666030883789px; margin-top: 15px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;" title="atlas" width="184" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #fff2cc; font-size: 11.666666030883789px;">Em seu clássico “A Revolta de Atlas”, Ayn Rand contrasta dois empresários de caráter e práticas muito distintas: Hank Rearden acredita no mérito e no valor individual, defendendo a livre competição como o único meio de uma sociedade manter-se próspera e livre; James Taggart, por sua vez, é a síntese do grande parasita social, que não acredita na competição e encontra justificativas retóricas como “bem comum” e “justiça” para restringi-la.</span></div>
<br />
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">É triste constatar que, a exemplo do que vem ocorrendo no Brasil, nos Estados Unidos de hoje, cidadãos da estirpe de James Taggart parecem estar ganhando o jogo. Políticos populistas especializados na arte de vender falsas esperanças como Barack Hussein Obama vibram. Afinal, eles não chegaram lá sozinhos…</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">____________________________________________</span></div>
<div style="border: 0px; font-size: 11.666666030883789px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="color: #29303b; text-align: left;">Texto originalmente publicado no </span><a href="http://www.ordemlivre.org/2012/07/a-cooperacao-social-no-mercado-e-no-mundo-de-barack-obama/" style="color: #956839; text-align: left;">OrdemLivre.org</a><span style="color: #29303b; text-align: left;"> no dia 24/07/12</span></div>
</div>Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-64708741066669907582012-07-03T01:30:00.003-03:002012-08-29T18:43:45.666-03:00Paraguai: não foi golpe<br />
<br />
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font: inherit; line-height: 1.5em; margin-bottom: 14px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
Expressões como "golpe branco" ou "golpe institucional" têm sido utilizadas para descrever os acontecimentos da última sexta-feira no Paraguai. Mas referir-se à atuação do parlamento paraguaio como golpista é ignorar os fatos e as instituições democráticas paraguaias.</div>
</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font: inherit; line-height: 1.5em; margin-bottom: 14px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dado o histórico de golpes e ditaduras, o legislador constituinte paraguaio buscou, por meio da Constituição de 1992, frear a tendência à hipertrofia do Poder Executivo dando ao Legislativo a possibilidade de julgar politicamente e destituir o presidente em caso de atos contrários à lei ou à conveniência nacional. Assim, com base no Art. 225 da Constituição, o processo de impeachment de Fernando Lugo foi instaurado e julgado por margens esmagadoras (76 a 1 e 39 a 4) de votos dos representantes legítimos do povo paraguaio, atuando conforme os ritos legais.</div>
</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font: inherit; line-height: 1.5em; margin-bottom: 14px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sendo o Paraguai uma República constitucional baseada em um regime de democracia representativa, não cabe questionar a legitimidade da atuação do Congresso no caso. Os senadores e deputados foram eleitos pelo povo e atuaram conforme a Constituição. Por questões históricas, a carta política do Paraguai estabelece um freio maior aos poderes presidenciais. Nada que Lugo não soubesse quando, motivado por um misto de arrogância e ingenuidade, optou por governar autonomamente sem ligar para o Poder Legislativo.</div>
</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font: inherit; line-height: 1.5em; margin-bottom: 14px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
Se Lugo sofreu golpe, como têm afirmado alguns defensores casuístas de uma suposta "legalidade supraconstitucional", precisamos rever também um capítulo importante da história brasileira. Afinal, o processo de impeachment que derrubou Collor ocorreu sem que houvesse qualquer sentença judicial transitada em julgado. Apesar de sentença absolutória posterior, o impeachment de Collor se manteve, condenando-o à perda de direitos políticos por oito anos. E ninguém em sã consciência defende hoje a tese de que o "caçador de marajás" tenha sofrido um golpe.</div>
</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font: inherit; line-height: 1.5em; margin-bottom: 14px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tal tese serve apenas aos interesses dos legalistas de ocasião, que _ monumentos à incoerência! _ não perdem uma oportunidade de defender como legítimas medidas que levem à destruição da democracia por meios (supostamente) democráticos, como vem sendo o caso de Chávez, Morales e Correa. A crise institucional pela qual passa o Paraguai representa um risco, mas pode servir como uma oportunidade para o fortalecimento da democracia, da separação dos poderes e do Estado de direito, afastando-o do populismo bolivariano promovido por Fernando Lugo.</div>
</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font: inherit; line-height: 1.5em; margin-bottom: 14px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
________________________________________</div>
</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font: inherit; line-height: 1.5em; margin-bottom: 14px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;">
<div style="text-align: justify;">
Artigo publicado na pág. 15 da <a href="http://wp.clicrbs.com.br/opiniaozh/2012/06/26/artigo-paraguai-nao-foi-golpe/">Zero Hora de 26/06/2012</a>.</div>
</div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-82205528236309856952012-06-24T23:29:00.000-03:002012-09-05T18:02:46.444-03:00Paraguai – o golpe que não houve<br />
<b><span style="font-size: large;">Paraguai – o golpe que não houve</span></b><br />
<br />
<img alt="dbaf9e_fernando lugo" class="attachment-lead-image wp-post-image" height="250" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/dbaf9e_fernando-lugo-460x250.jpg" style="border: 1px solid rgb(204, 204, 204); font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="dbaf9e_fernando lugo" width="460" /><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span>
<div class="entry-content" style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 40px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbuttons" style="border: 0px; clear: left; height: 20px; margin: 10px auto 10px 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
<div class="simplesocialbutton ssb-button-fblike" style="border: 0px; float: left; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class=" fb_reset" id="fb-root" style="background-image: none; border-spacing: 0px; border: 0px; cursor: auto; direction: ltr; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 1; margin: 0px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 0px; text-align: left; text-shadow: none; vertical-align: baseline; visibility: visible; word-spacing: normal;">
<div style="border: 0px; height: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: absolute; top: -10000px; vertical-align: baseline; width: 0px;">
<div style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;"><iframe id="fb_xdm_frame_http" name="fb_xdm_frame_http" src="http://static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=8#channel=f768cf96&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F06%2Fparaguai-o-golpe-que-nao-houve%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3773525c%26&transport=postmessage" style="border-width: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe><iframe id="fb_xdm_frame_https" name="fb_xdm_frame_https" src="https://s-static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter.php?version=8#channel=f768cf96&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&channel_path=%2F2012%2F06%2Fparaguai-o-golpe-que-nao-houve%2F%3Ffb_xd_fragment%23xd_sig%3Df3773525c%26&transport=postmessage" style="border-width: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></iframe></span></div>
<div style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
</div>
</div>
<div class="fb-like fb_edge_widget_with_comment fb_iframe_widget" data-href="http://www.ordemlivre.org/2012/06/paraguai-o-golpe-que-nao-houve/" data-layout="button_count" data-send="false" data-show-faces="false" data-width="100" style="border: 0px; display: inline-block; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white; border: 0px; display: inline-block; height: 19px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: text-bottom; width: 100px;"><iframe class="fb_ltr " id="f382d9dd48" name="f1eeca5798" scrolling="no" src="http://www.facebook.com/plugins/like.php?channel_url=http%3A%2F%2Fstatic.ak.facebook.com%2Fconnect%2Fxd_arbiter.php%3Fversion%3D8%23cb%3Df49f8d0b8%26origin%3Dhttp%253A%252F%252Fwww.ordemlivre.org%252Ff768cf96%26domain%3Dwww.ordemlivre.org%26relation%3Dparent.parent&extended_social_context=false&href=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F06%2Fparaguai-o-golpe-que-nao-houve%2F&layout=button_count&locale=en_US&node_type=link&sdk=joey&send=false&show_faces=false&width=100" style="border-style: none; height: 19px; margin: 0px; outline: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; vertical-align: baseline; width: 100px;" title="Like this content on Facebook."></iframe></span></div>
</div>
<div class="simplesocialbutton ssb-buttom-twitter" style="border: 0px; float: left; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;"><iframe allowtransparency="true" class="twitter-share-button twitter-count-horizontal" frameborder="0" scrolling="no" src="http://platform.twitter.com/widgets/tweet_button.1340179658.html#_=1340591064088&count=horizontal&id=twitter-widget-0&lang=en&original_referer=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F06%2Fparaguai-o-golpe-que-nao-houve%2F&size=m&text=Paraguai%20%E2%80%93%20o%20golpe%20que%20n%C3%A3o%20houve&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F06%2Fparaguai-o-golpe-que-nao-houve%2F" style="border-width: 0px; height: 20px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 108px;" title="Twitter Tweet Button"></iframe></span></div>
<div class="simplesocialbutton ssb-button-googleplus" style="border: 0px; float: left; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div id="___plusone_0" style="border: 0px none; display: inline-block; float: none; font-size: 1px; height: 20px; line-height: normal; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 90px;">
<div style="background-color: white;">
<iframe allowtransparency="true" frameborder="0" hspace="0" id="I0_1340591063100" marginheight="0" marginwidth="0" name="I0_1340591063100" scrolling="no" src="https://plusone.google.com/_/+1/fastbutton?bsv=pr&url=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org%2F2012%2F06%2Fparaguai-o-golpe-que-nao-houve%2F&size=medium&count=true&origin=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org&hl=en&jsh=m%3B%2F_%2Fapps-static%2F_%2Fjs%2Fgapi%2F__features__%2Frt%3Dj%2Fver%3DxVOzuxkQYyY.pt_BR.%2Fsv%3D1%2Fam%3D!rFmBCPi40VqIDfp2cA%2Fd%3D1%2Frs%3DAItRSTMEC37xSnrEqfC6Bqhf4VRQ20Iflg#_methods=onPlusOne%2C_ready%2C_close%2C_open%2C_resizeMe%2C_renderstart%2Conload&id=I0_1340591063100&parent=http%3A%2F%2Fwww.ordemlivre.org" style="border-style: none; border-width: 0px; height: 20px; left: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; position: static; top: 0px; vertical-align: baseline; visibility: visible; width: 90px;" tabindex="0" title="+1" vspace="0" width="100%"></iframe></div>
</div>
</div>
</div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Na noite de 28 de março de 1979, James Callaghan, chefe do poder executivo no Reino Unido, foi destituído de seu cargo após votação na Casa dos Comuns. Por uma diferença de apenas um voto (311 a 310), a derrota do governo trabalhista levou à convocação das eleições gerais que levaram ao poder o Partido Conservador, encabeçado por Margaret Thatcher.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Golpe? Claro que não. O procedimento conhecido como voto de desconfiança (<em style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">vote of no confidence</em>) é uma das bases da alternância de poder no país onde se criou a ideia (e a prática) de governo representativo subordinado a um Estado de Direito. No sistema parlamentarista o governo é formado pelo partido ou pela coalizão que conquista a maioria e não há como o governo manter-se sem o apoio da maioria do parlamento. Assim, quando o voto de confiança é negado, cai o Primeiro Ministro e seu gabinete.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">A necessidade do executivo em contar com a maioria do apoio do legislativo para sobreviver no poder foi uma das inovações institucionais inglesas que mais impressionaram a Charles-Louis de Secondat, o Barão de Montesquieu. Quando seu clássico “O Espírito das Leis” foi publicado (1748), a Inglaterra representava a exceção à regra absolutista que vigia na Europa.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">A experiência inglesa demonstrou a Montesquieu as vantagens de freios institucionais à atuação de cada poder:</span></div>
<blockquote style="border-left-color: rgb(232, 232, 232); border-left-style: solid; border-width: 0px 0px 0px 3px; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; font-style: italic; line-height: 22px; margin: 0px 20px 15px; outline: 0px; padding: 0px 0px 0px 10px; quotes: none; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; font-size: 15px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<em style="background-color: white; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“A experiência constante demonstra que todo homem investido de poder está apto a dele abusar, e a levar sua autoridade quão longe lhe seja permitido… Para evitar tais abusos, é necessário pela própria natureza das coisas que o poder seja um freio ao próprio poder.”</em></div>
</blockquote>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Tais freios só poderiam funcionar adequadamente na vigência de poderes políticos separados, como era o caso na Inglaterra:</span></div>
<blockquote style="border-left-color: rgb(232, 232, 232); border-left-style: solid; border-width: 0px 0px 0px 3px; font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; font-style: italic; line-height: 22px; margin: 0px 20px 15px; outline: 0px; padding: 0px 0px 0px 10px; quotes: none; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; font-size: 15px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<em style="background-color: white; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“[q]uando o poder legislativo e o executivo estão unidos na mesma pessoa, ou no mesmo corpo de magistrados, não pode haver liberdade.”</em></div>
</blockquote>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">A separação dos poderes é tida hoje como um dos primados da moderna engenharia institucional. É simplesmente impensável a existência de um regime político minimamente inclusivo e protetor de liberdades individuais sem que haja um nível razoável de separação de poderes.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Alguns países mais jovens, que, como o Brasil e o Paraguai, não tiveram a “sorte” de terem suas instituições políticas baseadas em tradições historicamente exitosas e, por conta disso, buscaram a institucionalização de princípios da democracia representativa por meio de constituições escritas (algo que a Inglaterra até hoje parece prescindir). Nos regimes presidencialistas latino-americanos, onde o poder executivo é muito mais poderoso do que em monarquias parlamentaristas tradicionais, buscou-se limitar a histórica prevalência dos super-presidentes sobre legislativos fracos e dependentes. A possibilidade de destituir um presidente devido atos atos contrários à lei ou à conveniência nacional de acordo com o julgamento político do parlamento é um destes mecanismos.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Aí é que entra a última polêmica na instável história política latino-americana: o suposto golpe contra o Presidente Fernando Lugo. O <a href="http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5855391-EI294,00-Cuba+condena+golpe+de+Estado+parlamentar+contra+Lugo+no+Paraguai.html" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">nada insuspeito rol de defensores de Lugo</a> já deveria ser o suficiente para levantar sérias dúvidas a respeito da hipótese de golpe (destaque para a <a href="http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/06/venezuela-nao-reconhece-novo-governo-do-paraguai-diz-chavez.html" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">infalível</a> aplicação da “Lei de Chávez”– segundo a qual bastaria analisar <a href="http://www.eluniversal.com/2009/03/31/en_pol_esp_chavez-backs-sudans_31A2277723.shtml" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">onde se situa o líder venezuelano em meio a uma controvérsia internacional</a> para saber de que lado <strong style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">não</strong> se posicionar). Mas o fato é que a destituição de Lugo, ainda que desagrade a alguns, deu-se em acordo com os ritos previstos pela Constituição Paraguaia.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">O artigo 225 da Constituição Paraguaia estabelece que o Presidente pode ser submetido a juízo político por delitos cometidos no exercício de seu cargo. Lugo é acusado de negligência e má-gestão de conflitos envolvendo a questão agrária e por ligações nebulosos com grupos terroristas, como o Ejercito del Pueblo Paraguayo (EPP).</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Além disso, diferentemente do caso Britânico referido anteriormente (instado a convocar novas eleições após uma derrota por um voto), Lugo caiu devido a uma derrota acachapante. O processo de impeachment (<em style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">juicio político</em>, no<a href="http://www.constitution.org/cons/paraguay.htm" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> texto do art. 225 da Constituição Paraguaia</a>) foi instaurado pelo <a href="http://www.diputados.gov.py/ww2/?pagina=noticia&id=7997" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">voto de 76 dos 77 deputados presentes</a>. Dos 45 membros do senado paraguaio, apenas 4 votaram contra o juízo político que destituiu o Presidente Fernando Lugo.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">O processo pode não ter se dado da maneira mais perfeita e clara aos olhos de quem vê de fora a crise institucional paraguaia. Deu-se, no entanto, do modo adequado ao desenrolar dos fatos, e sem que fosse cerceado qualquer direito do acusado (que contou com advogados e espaço no plenário do Senado para fazer sua defesa). De qualquer forma, dada a ampla margem de votos em favor da destituição, é de se questionar que diferença fariam em favor de Lugo mais 24 ou 48 horas para elaborar sua defesa. Por outro lado, caso o julgamento tardasse em sua conclusão as consequências poderiam ser trágicas. <a href="http://www.hacer.org/latam/?p=17314%20" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Segundo o advogado paraguaio Hugo Nelson Veras,</a> “<em style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">a principal fundamentação para a celeridade do juízo foi precisamente a ameaça dos apoiadores de Lugo de ocuparem a capital, estando a caminho cerca de 50 mil camponeses. O temor de uma verdadeira quebra institucional ou um massacre em grande escala serviram de fundamento, ainda mais que a própria norma, que é negligente neste sentido [de estabelecer claramente prazos para julgamentos políticos]</em>”</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.ordemlivre.org/2012/06/paraguai-o-golpe-que-nao-houve/collor-absolvido/" rel="attachment wp-att-10744" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="background-color: white; color: black;"><img alt="" class="alignright size-medium wp-image-10744" height="208" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/collor-absolvido-300x208.jpg" style="border: none; display: block; float: right; margin: 15px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;" title="collor absolvido" width="300" /></span></a></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Se Lugo sofreu golpe, como têm afirmado alguns defensores casuístas de uma suposta legalidade (alguns deles, infelizmente, chefes de Estado de nações sul-americanos), precisamos rever também um capítulo importante da história brasileira. Afinal, o processo de impeachment que derrubou o presidente Fernando Collor de Mello e uniu a opinião pública brasileira ocorreu sem que houvesse qualquer sentença judicial transitada em julgado. Não só isso: Collor e seus comparsas foram inocentados dois anos depois quando foi julgada no STF a Ação Penal 307. Mas o julgamento político do processo de impeachment se manteve, condenando Collor à perda de direitos políticos por 8 anos. E <a href="http://www.advivo.com.br/node/942575" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">somente alguém que não entenda conceitos fundamentais como Estado de Direito, legalidade e Constituição, e tenha uma visão muito deturpada</a> sobre a separação de poderes e a importância prática dos freios à atuação de cada um deles, poderia sugerir que Collor tenha sofrido um golpe.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Justamente por tratarem-se de juízos políticos, e não jurídicos, não faz sentido falar-se em respeito a todas as garantias processuais regulares em casos similares. No caso brasileiro, são os artigos 85 e 86 da Constituição que regulam o <em style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">impeachment</em>presidencial, estabelecendo ritos distintos para os crimes de responsabilidade (juízo político, pelo Congresso) e os crimes comuns (juízo penal, pelo STF).</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">O oxímoro do “golpe branco” ou “golpe institucional” serve apenas aos legalistas de ocasião, que não perdem uma oportunidade de defender como legítimas medidas que levam à destruição da democracia por meios (supostamente) democráticos perpetrados por governos como o de Chávez (Venezuela) e Correa (Equador) – ao mesmo tempo em que bradam e denunciam como golpe uma legítima manifestação de um poder político (legislativo) em resposta às ações atrapalhadas de um chefe do executivo que, por arrogância, ingenuidade ou determinação autoritária, foi pouco hábil ao lidar com um parlamento hostil.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Rupturas institucionais trazem seus custos. O <em style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">impeachment </em>de Collor em 1992 foi um marco e uma encruzilhada na história política brasileira. O ex-governador de Alagoas havia chegado ao poder com um discurso notadamente salvacionista, ancorado na imagem de jovem, arrojado e “caçador de marajás”. Acabou durando pouco mais de 2 anos e meio no cargo.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">A destituição do primeiro presidente eleito pelo voto direto desde Jânio Quadros (eleito em 1960) em meio a um ambiente de instabilidade econômica (confisco de poupanças, inflação acumulada de mais de 1.000% ao ano) foi um grande baque para as instituições brasileiras. A crise institucional causou uma inédita queda nos índices de preferência pela democracia em relação à alternativa autoritária no ano de 1993 (Moisés, 2010). Mas a adesão da sociedade civil, da mídia, e também da classe política aos valores democráticos prevaleceu (calcada em boa parte na estabilidade econômica proporcionada pelo Plano Real).</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Em síntese: não houve golpe no Paraguai. O quanto antes a imprensa internacional tomar ciência dos fatos e os democratas de ocasião da UNASUL voltarem suas atenções para suas próprias mazelas institucionais, melhor. A crise institucional pela qual passa o Paraguai representa um risco, mas pode servir como uma oportunidade para o fortalecimento da democracia, da separação dos poderes e do Estado de Direito, afastando-o do populismo bolivariano promovido (ainda que em versão mais<em style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">light</em>) por Fernando Lugo.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">____________________________________________________</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: white;">Texto originalmente publicado no <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/06/paraguai-o-golpe-que-nao-houve/">OrdemLivre.org</a> no dia 24/06/12</span></div>
</div>
Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-88800626343473336502012-05-31T19:25:00.003-03:002012-06-24T23:30:00.618-03:00Segurança, criminalidade e liberdade no Brasil<span style="background-color: #fff2cc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; text-align: justify;">É comum entre brasileiros que vivem ou passam uma temporada em algum país desenvolvido o choque que nos causam algumas peculiaridades brasileiras. Além do arroz-com-feijão e da celebrada alegria e cordialidade do povo (?), um traço característico à realidade brasileira que se torna gritante quando do retorno após um período fora é a quase permanente sensação de insegurança que permeia o dia-a-dia de todos.</span><br />
<br />
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Em especial nas grandes cidades e regiões metropolitanas, seja rico ou pobre, o brasileiro vive com medo. Tal sensação de insegurança não é injustificada: segundo o<a href="http://www.mapadaviolencia.org.br/" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">“Mapa da Violência 2012”</a>, o Brasil tem uma média anual de mortes violentas superior à de boa parte dos conflitos armados mundo afora – alcançando a assustadora cifra de 1,09 milhão de homicídios entre 1980 e 2010. Segundo <a href="http://data.un.org/Default.aspx" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">dados da ONU</a>, em 2008 apenas 10 países tiveram taxas de homicídio (por 100 mil habitantes) mais altas que as brasileiras.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Apesar de terem apresentado reduções em alguns estados brasileiros (destaque para Rio de Janeiro e São Paulo), as taxas de homicídio no Brasil aumentaram em mais de 120% nos últimos 20 anos (gráfico abaixo).</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.ordemlivre.org/2012/05/seguranca-criminalidade-e-liberdade-no-brasil/taxas-de-homicidio-brasil/" rel="attachment wp-att-10521" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="background-color: #fff2cc; color: black;"><img alt="" class="aligncenter size-medium wp-image-10521" height="234" src="http://www.ordemlivre.org/wp-content/uploads/taxas-de-homic%C3%ADdio-Brasil-300x234.jpg" style="border: none; clear: both; display: block; margin: 5px auto 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;" title="taxas de homicídio Brasil" width="300" /></span></a></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Curiosamente, a população carcerária também apresentou um crescimento significativo. De 1990 a 2010, o número de detentos no Brasil cresceu 471% (de 90.000 presos para 513.802 – dados do DEPEN), sendo que a população brasileira cresceu pouco mais de 30% no mesmo período. Podemos creditar este crescimento acelerado à promulgação da <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Lei dos Crimes Hediondos</a>, em 1990. Esta lei, aprovada e reformada em 1994 sob grande clamor popular, estabeleceu a impossibilidade de fiança, liberdade provisória e progressão de regime (até 2007, quando foi modificada) para quem cometesse os crimes elencados em seus artigos 1° e 2°.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Os crescentes casos de homicídio qualificado, latrocínio, estupro e sequestro que chocaram o país (como o sequestro do empresário Abílio Diniz e o assassinato da atriz Daniela Perez) na virada da década criaram o clima ideal para que houvesse uma mudança legislativa que tornasse mais severa e duradoura a punição a estes crimes tão execráveis.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Em teoria, o raciocínio do legislador brasileiro estava correto. Diversos estudos focados na análise econômica do crime afirmam que os criminosos respondem a incentivos, e o aumento da pena é inegavelmente um incentivo negativo à conduta criminosa. A conclusão traduzida por estudos empíricos na área, como EHRLICH (1973), LEVITT (1997) e SHIKIDA (2007), apontam claramente para um modelo de criminoso racional, que realiza análises de custos e benefícios (como qualquer pessoa, aliás).</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">O que boa parte da mídia e da opinião pública parecem ignorar, no entanto, é o fato (enfatizado pelos estudos citados acima) de que a ameaça penal perde todo o seu caráter preventivo e dissuasório se a punição passa a ser percebida como algo muito improvável. O Brasil é um caso tragicamente exemplar disso. Apenas cerca de 8% dos homicídios cometidos no Brasil (dados do Mapa da Violência-MJ) e 15% dos latrocínios (dados da SSP-SP) são solucionados.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Não é necessário ser um Gary Becker (Nobel de Economia em 1992, pioneiro da análise econômica do crime) para entender que a quase completa certeza da impunidade prevalente no Brasil é um convite à criminalidade (a despeito da crescente severidade das penas). O que pode explicar a vultosidade da população carcerária brasileira a despeito do fato de a impunidade ser a regra é o grande contingente de pessoas condenadas (ou presas aguardando julgamento) por tráfico de drogas. Estima-se que cerca da metade dos detentos brasileiros estejam presos por envolvimento com este, que é, essencialmente, um crime sem vítimas e, como tal, deveria ser abolido (assunto recentemente abordado <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/03/diga-nao-a-guerra-as-drogas/" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">aqui</a> e <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/03/as-drogas-depois-do-proibicionismo/" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">aqui</a>).</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Faltam peritos, policiais civis (responsáveis pela parte investigativa) e militares (responsáveis pelo policiamento ostensivo) em quase todos os estados do Brasil. A precariedade da estrutura e de boa parte dos recursos fica evidente a qualquer pessoa que já tenha tido a experiência de ir a uma delegacia de polícia.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Além disso, o sistema penal brasileiro produz criminosos em larga escala. A maioria ingressa no sistema penal por meio do tráfico de drogas (pena de reclusão de 5 a 15 anos) e, na prisão, acabam fazendo contatos e adquirindo o know how, a frieza e a brutalidade necessárias para cometer os crimes bárbaros que fazem a alegria dos programas sensacionalistas. A reincidência é a regra absoluta (alcançando níveis de cerca de 80% em alguns estados) e as poucas iniciativas que buscam reformar esse cenário absurdo não recebem a devida divulgação, além de esbarrarem em conflitos políticos e preconceitos ideológicos descabidos (como o que impossibilitou recentemente a construção de uma penitenciária em regime de PPP no Rio Grande do Sul, estado dono do “pior presídio do Brasil”, segundo a CPI do sistema carcerário). As experiências de terceirização dos serviços penitenciários a organizações sociais ou empresas têm se mostrado um emprego muito mais racional do dinheiro dos pagadores de imposto do que as penitenciárias geridas pelo Estado.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Em <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/05/quer-diminuir-a-corrupcao-no-brasil-tire-poder-das-maos-de-politicos/" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">meu artigo anterior,</a> abordei a correlação entre o tamanho do Estado e o nível de corrupção, sugerindo uma relação causal entre as duas variáveis. Aqui, minha intenção é convidar o leitor a refletir sobre a atual capacidade do Estado brasileiro de prestar o seu serviço mais fundamental que o de garantir a vida, a liberdade e a integridade física das pessoas e do fruto do seu trabalho. O constante risco de ter um ente querido tornado vítima da violência e a necessidade de se viver e trabalhar “atrás das grades” são extremamente nocivas ao Estado de Direito como um todo. E aquilo que põe em risco o Estado de Direito nos coloca mais próximos da barbárie e de soluções extremadas (como as levadas a cabo por grupos de extermínio ou paramilitares) que só fazem aumentar o grau de insegurança.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Em sua concepção atual, o Estado brasileiro cobra escanteio e corre (arrasta-se, na verdade) até a área para cabecear. O governo federal conta hoje com 24 ministérios e 15 secretarias/órgãos com status ministerial encarregados das mais diversas incumbências, além de participação em quase 700 empresas Brasil afora focadas em atividades que passam bem longe mesmo do conceito mais generoso de “setor estratégico” (como é o caso da <a href="http://site.preservativosnatex.com.br/online/" style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">fábrica de preservativos Natex</a>, no Acre).</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Para manter tamanha estrutura, o governo federal expropria parte importante da riqueza dos brasileiros via tributos cuja destinação é incerta, inefetiva e pouco transparente. Deste total, repassa migalhas às unidades da federação que, imbuídas de lógica similar, não conseguem (ou não querem) distinguir entre o que faz diferença vital (literalmente) na vida das pessoas e o que é mero assistencialismo ou favorecimento a grupos de interesse bem organizados. Para se ter uma ideia, o governo do estado do Rio Grande do Sul conta com nada menos que 26 secretarias de estado, além de diversos órgãos e autarquias de relevância duvidosa. Teria o governador a capacidade gerencial de priorizar a segurança pública em meio a tantas pastas lidando com questões tão amplas?</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">A diminuição da criminalidade passa, necessariamente, por um reposicionamento das funções do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). A insegurança e os altíssimos índices de criminalidade que destroem vidas e inibem investimentos são grandes obstáculos à liberdade, à prosperidade e à aspiração universal de viver sem medo. O desafio é imenso, mas quanto menos o Estado gastar suas energias e recursos em áreas que não lhes dizem respeito, maior será sua capacidade de focar esforços na diminuição da violência e da criminalidade no Brasil.</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">________________________________________________________</span></div>
<div style="border: 0px; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 20px; margin-bottom: 20px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: #fff2cc;">Texto originalmente <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/05/seguranca-criminalidade-e-liberdade-no-brasil/">publicado no OrdemLivre.org no dia 29/05/2012</a>.</span></div>Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-85004062733466137062012-05-09T15:55:00.003-03:002012-05-09T15:57:16.457-03:00Para onde vai o Brasil?<br />
<br />
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Segundo
os mais recentes levantamentos e estimativas, o Brasil seria hoje a
6ª maior economia do mundo. Apesar da euforia do atual governo com
essa conquista (fruto de esforços com os quais pouco teve a ver),
não se pode ignorar que somos ainda um país, no geral, muito pobre,
contando com a 76ª maior renda per capita do mundo. A única maneira
possível de se mudar esse cenário é gerando-se mais riqueza. E
isso é algo que apenas o setor privado pode fazer. O ambiente
institucional brasileiro, entretanto, destaca-se pelos seus entraves
à realização de negócios.</div>
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<br /></div>
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O Banco
Mundial em seu relatório <i>Doing Business </i>avalia
a facilidade de se fazer negócios mundo afora. Neste ranking, <a href="http://www.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/brazil/">oBrasil ocupa a nada honrosa posiçãode 126°</a> dentre 183 países analisados. O destaque negativo é a
avaliação do país no quesito “Pagando Impostos” (apenas 23
países têm pior avaliação). Como bem sabe todo bom contador, além
da nossa altíssima carga tributária, o sistema tributário
brasileiro ainda é extremamente complexo.
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<br /></div>
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O que
poucos parecem perceber, no entanto, é a relação entre estes
entraves e o gigantismo do Estado Brasileiro. Os males sociais e
econômicos dos quais a sociedade brasileira ainda padece são fruto
da incapacidade gerencial e da falta de foco dos esforços estatais
naquelas atividades em que a sua atuação realmente se faz
necessária no Brasil: segurança, administração da justiça,
saúde, educação e infraestrutura básicas. De resto, o setor
privado e a sociedade civil organizada têm todas as condições e
interesses de cuidar sem as interferências e distorções políticas
inerentes à atuação do Estado.</div>
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<br /></div>
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O Estado
brasileiro em sua concepção atual cobra escanteio e corre
(arrasta-se, na verdade) até a área para cabecear. O governo
federal conta hoje com 24 ministérios e 15 secretarias/órgãos com
status ministerial encarregados das mais diversas incumbências, além
de participação em pelo menos 675 empresas Brasil afora focadas em
atividades que passam bem longe mesmo do conceito mais generoso de
“setor estratégico” (como é o caso da <a href="http://site.preservativosnatex.com.br/online/">fábrica de preservativosNatex</a>, no Acre). Nenhum gestor, por mais competente, consegue fazer
milagre diante de um cenário destes.</div>
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<br /></div>
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Além
disso, o legislador brasileiro estabeleceu na Constituição de 1988
como obrigação do Estado a efetivação de uma série de direitos e
prestações positivas inspirados nas mais avançadas e desenvolvidas
social-democracias do mundo. Deu, também, mais flexibilidade
(contando com a complacência dos tribunais superiores) na criação
e ampliação dos poderes estatais de intervir na vida econômica e
social do Brasil. Só esqueceu-se de que alguém precisa produzir a
riqueza necessária para pagar por todas estas custosas intervenções.
</div>
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<br /></div>
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Faz-se
necessário, portanto, romper com a lógica intervencionista do
Estado brasileiro, paquidérmico e patrimonialista. Caso contrário,
seguiremos alcançando resultados abaixo do esperado em termos de
desenvolvimento econômico, político e social. Em outras palavras, o
Brasil seguirá sendo o país do futuro. E só.</div>
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<span style="background-color: white; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 13px; text-align: left;">Artigo publicado na <a href="http://www.sescon-rs.com.br/revistas/FlashPageFlip/Basic-Xml-Version/revista59.html">edição de março/2012 da revista do SESCON-RS</a>.</span></div>Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-85227259327920446552012-05-06T12:40:00.001-03:002012-05-06T12:45:04.276-03:00Quer diminuir a corrupção no Brasil? Tire poder das mãos de políticos!Não chega a ser uma grande novidade a afirmação de que a corrupção é uma das grandes chagas qua ainda insistem em impedir o desenvolvimento do Brasil e a resolução de diversos problemas que ainda nos prendem ao subdesenvolvimento. Estima-se que percamos anualmente cerca de R$82 bilhões para a corrupção, dos quais apenas uma ínfima parcela (0,7%) é efetivamente recuperada.<br />
<br />
Também não é novidade o fato de que, entra ano, sai ano, entra governo, sai governo, os casos de corrupção no Brasil parecem somente crescer em frequência e magnitude. O que a opinião pública parece ignorar solenemente, entretanto, é a estreita ligação entre a corrupção no Brasil e a excessiva abrangência do estado em nossa sociedade.<br />
<br />
O gráfico abaixo é composto por dados de 25 países de distintas realidades políticas, geográficas e econômicas. Nele percebemos a forte correlação entre corrupção e liberdade econômica por meio da análise de dois rankings internacionalmente reconhecidos: o <a href="http://cpi.transparency.org/cpi2011/results/">Índice de Percepção de Corrupção</a>, da Transparência Internacional, e o <a href="http://www.heritage.org/index/">Índice de Liberdade Econômica</a>, da Heritage Foundation.
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilJawahtW1T3T20sj0QRAaaIj20monYpdWwt17hei4xbmK9Oh3lFBkYOE6q6kTmdJkLZMK4J0CZZmi4cqzsgclRBDqLjHsrOaiqQn5q8bxaDU2ohte9FON_ffoo0FmhP1ll6niqFdtCxqy/s1600/gr%25C3%25A1fico_f%25C3%25A1bio2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilJawahtW1T3T20sj0QRAaaIj20monYpdWwt17hei4xbmK9Oh3lFBkYOE6q6kTmdJkLZMK4J0CZZmi4cqzsgclRBDqLjHsrOaiqQn5q8bxaDU2ohte9FON_ffoo0FmhP1ll6niqFdtCxqy/s400/gr%25C3%25A1fico_f%25C3%25A1bio2.JPG" width="400" /></a></div>
A correlação entre as duas variáveis é visível. É claro que nem toda correlação implica em uma relação de causalidade, mas temos bons motivos para crer que um mercado mais livre afeta, sim, o nível de corrupção encontrado em um país. Isto deve-se fundamentalmente ao fato de que quanto maior a participação do estado na economia e a autoridade conferida a seus agentes para interferirem no processo de mercado, maiores são as oportunidades de corrupção.<br />
<br />
Dadas as dificuldades no cumprimento de tarefas tão prosaicas e, ao mesmo tempo, tão vitais ao crescimento e desenvolvimento do país, como a abertura de um negócio, a obtenção de uma licença ou o pagamento de tributos, é natural, e até instintivo, que se busque maneiras de contornar tais obstáculos. Some-se a isso a falta de uma cultura de transparência e prestação de contas por parte dos poderes públicos e um sistema penal permissivo e ineficiente (onde a probabilidade de punição é baixíssima) e temos um ambiente perfeito para o florescimento da corrupção em suas diversas formas.<br />
<br />
Parafraseando Nelson Rodrigues, o subdesenvolvimento institucional brasileiro não é fruto de improviso, mas sim uma obra de séculos. Neste contexto de apatia da sociedade civil e hipertrofia de um estado com vocação patrimonialista, não se pode falar em diminuição da corrupção sem antes colocarmos o estado em seu devido lugar. O escritor e satirista político P.J. O’Rourke resume bem a questão: “Quando a compra e venda são controladas por legislação, as primeiras coisas a serem compradas e vendidas são os próprios legisladores”. Ao delegarmos a agentes políticos a autoridade de definir de maneira tão arbitrária, e cada vez mais abrangente, quais bens e serviços serão negociados, e em que termos o serão, estamos não só abdicando da nossa liberdade de escolher, mas também oferecendo um prato cheio para que interesses específicos “adotem” determinadas causas e políticos que as defendam.<br />
<br />
“Se os homens fossem anjos”, escreveu James Madison no <a href="http://www.constitution.org/fed/federa51.htm">número 51 d’O Federalista</a>, “nenhum governo seria necessário”. A tragédia é que o processo político estabelece incentivos que parecem garantir que justamente aqueles dotados das características menos “angelicais” cheguem ao poder. Diante deste cenário, é absolutamente necessário que o governo seja tão enxuto quanto possível.<br />
<br />
Quanto maior o escopo de atuação do estado e da “sociedade política, menos sobra para o indivíduo e para a sociedade civil. Em síntese: se queremos diminuir a corrupção que permeia e contamina as instituições políticas brasileiras, é preciso reduzir os poderes nas mãos dos políticos. Uma sociedade de homens livres deve reclamar para si o direito de escolher o que fazer com sua vida, liberdade e propriedade sem ter que delegar parte fundamental de sua autonomia a uma autoridade política.
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Artigo originalmente publicado no <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/05/quer-diminuir-a-corrupcao-no-brasil-tire-poder-das-maos-de-politicos/">OrdemLivre.org</a> dia 1°/05/2012.Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-17189867582814579652012-04-05T18:48:00.002-03:002012-04-05T19:13:55.611-03:00A divisão do trabalho e o livre comércioEm uma das passagens mais importantes (e menos lidas) de seu clássico “A Riqueza das Nações”, Adam Smith observou a forma de organização da produção em uma fábrica de alfinetes. Dividindo-se o trabalho em distintas etapas, a produtividade dos trabalhadores é muito maior do que seria caso cada trabalhador se ocupasse autonomamente de todas as fases da produção de um alfinete. Esta divisão permitiria que cada trabalhador se especializasse e aperfeiçoasse na função para a qual foi designado.<br /><br />O aumento na produtividade dos fatores de produção decorrente de trocas livres baseadas na divisão do trabalho seria, segundo Smith, o caminho por meio do qual as nações tornar-se-iam ricas. Ocorre que, como percebeu o economista escocês, as possibilidades de divisão do trabalho são limitadas pelo tamanho do mercado a que se tem acesso.<br /><br />Imagine-se, por exemplo, vivendo sozinho em uma ilha deserta onde só é possível consumir aquilo que é produzido. Como você não dispõe de outras pessoas para cooperar realizando trocas (um mercado), você só consumirá aquilo que você mesmo for capaz de produzir. Ainda que você seja uma pessoa extremamente hábil, você será necessariamente muito pobre, pois terá que alocar seu tempo limitado a atividades das mais básicas (garantir abrigo, comida, bebida e segurança para si mesmo, por exemplo).<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHO7_qL-NNdpQs_EOgBCXoRxGC2ekpvj8yu9m0jVG1N1z3IUHFoGQizvDveny25WxVw74q1Pl7iVCc-jEUpBMDtzlQ3LebfifAMcp6MB1v4sTLW5bQJchMmj5fdxYTmvidCOObWQ7gME70/s1600/adam_smith.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 180px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHO7_qL-NNdpQs_EOgBCXoRxGC2ekpvj8yu9m0jVG1N1z3IUHFoGQizvDveny25WxVw74q1Pl7iVCc-jEUpBMDtzlQ3LebfifAMcp6MB1v4sTLW5bQJchMmj5fdxYTmvidCOObWQ7gME70/s200/adam_smith.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5728042696192929954" /></a><br />Agora digamos que você descubra não estar sozinho na ilha: também vive lá uma família de náufragos. A probabilidade de que entre eles exista alguém que produza bens e serviços por você demandados de maneira mais eficiente (com menores custos relativos[i]) é grande. O fato de você ser o melhor cozinheiro da ilha não significará nada se houver outros cozinheiros quase tão bons e se, ao mesmo tempo, você for a única pessoa com conhecimentos de carpintaria nos arredores, ainda que você não seja propriamente um expert.<br /><br />O que conta na divisão do trabalho é a vantagem comparativa na produção de determinado bem ou serviço[ii]. Inserido em um mercado composto por mais agentes, você poderá focar seu tempo, sua habilidade e sua energia especializando-se naquilo que produz com mais eficiência, trocando seus excedentes por bens e serviços produzidos por outras pessoas. A especialização permitirá ganhos em escala, bem como os benefícios do learning-by-doing. É fácil perceber que nesse cenário você e os outros habitantes da ilha teriam uma melhora considerável em seu padrão de vida.<br /><br />A mesma lógica vale para agrupamentos humanos maiores, como cidades e países: quanto maior o âmbito de interações livres, maiores serão as possibilidades de divisão do trabalho. Como consequência desse fato, maior será a especialização, gerando uma alocação mais eficiente dos recursos disponíveis. Essa melhor alocação importará necessariamente em maior riqueza e bem-estar dentre os membros da comunidade em questão.<br /><br />Devido ao anacrônico protecionismo que ainda vigora por aqui, o Brasil tem hoje uma participação pífia no comércio internacional, limitando severamente as possibilidades de especialização e divisão do trabalho daqueles que vivem sob suas fronteiras. Apesar de suas proporções continentais (5° maior território e 5ª maior população do mundo), o país é hoje a 24ª nação exportadora do mundo, e a 21ª maior importadora (dados do CIA Factbook). A consequência óbvia disso é a limitação das possibilidades de comércio baseadas na divisão do trabalho para consumidores e produtores de bens e serviços no Brasil.<br /><br />Em contraste, os cerca de cinco milhões de habitantes da pequena Cidade-Estado de Singapura (área equivalente ao dobro da cidade de Porto Alegre) beneficiam-se da participação do país em diversos acordos de livre comércio – o que possibilita aos cidadãos singapurianos o acesso a um mercado muitas vezes maior do que aquele ao alcance dos brasileiros. Esta ex-colônia britânica ascendeu da pobreza a um nível de riqueza invejável se abrindo ao comércio internacional e ao investimento estrangeiro. Não por acaso, é hoje o país com a maior proporção de famílias milionárias do mundo, com PIB per capita quase seis vezes maior que o brasileiro.<br /><br /><br />[i] Não confundir com o custo monetário, pois pode ser mais eficiente que um trabalhador menos produtivo realize determinada tarefa contanto que o seu custo de oportunidade – aquilo de que se abre mão para obter algo – seja menor.<br /><br />[ii] Esse conceito, fundamental na compreensão da lógica do comércio internacional e da divisão do trabalho, foi introduzido por David Ricardo em seu On the Principles of Political Economy and Taxation (1817).<br /><br />_________________________________________________<br />Artigo originalmente publicado no <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/04/a-divisao-do-trabalho-e-o-livre-comercio/">OrdemLivre.org</a> dia 03/04/2012.Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-53067914729795398982012-03-09T00:28:00.001-03:002012-03-09T00:31:20.027-03:00"Esquerda? Soy contra"Reportagem muito interessante que <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,esquerda-soy-contra,841287,0.htm">saiu no Estadão uma semana atrás</a>:<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Esquerda? Soy contra</span><br /><span style="font-style:italic;">Em vez de Marx, Adam Smith; estudantes contam como é desafiar o pensamento predominante nas universidades brasileiras</span><br /><br /><br />“Não! Não! Não nos representa!”, repetem estudantes em coro. Registrado em vídeo no Youtube, o grito de guerra começou segundos após a vitória da chapa Aliança pela Liberdade nas eleições para o DCE da UnB, em outubro. A recusa de radicais em aceitar o resultado de eleições definidas pelos estudantes que eles dizem representar ilustra um desafio do universitário brasileiro: enfrentar a esquerda mais estridente.<br /><br />Irina Cezar, de 22 anos e prestes a concluir o curso de Ciências Sociais na USP, conta que não fala mais nas assembleias estudantis. “Uma vez peguei o microfone e defendi o fim da greve na frente de umas 1.500 pessoas. Os militantes ficaram loucos, vaiaram. Eles se dizem a favor da liberdade de expressão, mas se você pensar diferente eles são os primeiros a jogar pedra”, reclama ela, que também se considera de esquerda.<br /><br />Certo dia, Irina deixou no saguão um cartaz anunciando um evento da empresa júnior. À noite, flagrou uma menina do grupo radical LER-QI tentando tirar o cartaz. “Eu não deixei, aí ela me xingou e chamou mais dois rapazes. Disseram que eu era reacionária”, conta. “É engraçado, porque vim para a USP por ser bolsista numa escola particular. Eles me xingam mas são filhos de empresários, desembargadores.”<br /><br />Camila Silvestre, de 22 anos, estuda na Letras, onde no semestre passado manifestantes a favor da greve de alunos impediram aulas com cadeiraços. Em uma das assembleias, Camila votou contra a greve e foi alvo de deboche: “É tão opressivo, você chega lá e alguém vai te chamar de reaça. Não é para debater - eles vão com uma ideia formada.”<br /><br />Mariana Sinício, de 19 anos, conta que já teve sua época de querer salvar o mundo. “Na escola tive um professor de esquerda, que dizia ‘isso é ruim’, ‘isso é bom’. Aí você cresce e vê que as coisas não são bem assim.” Hoje integrante do DCE da UnB, ela acredita que os termos esquerda e direita não se aplicam mais. Gosta de Adam Smith e Keynes: “Todos têm algo a acrescentar.”<br /><br />Fábio Ostermann, de 27 anos, é diretor do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), que organiza em Porto Alegre o Fórum da Liberdade. Mas, segundo ele próprio, fazia a linha “esquerdista ingênuo” no começo do curso de Direito na UFRGS. “Tive a sorte de fazer amigos que começaram a ler Milton Friedman, Frédéric Bastiat (economistas). Aos poucos fui me convencendo que eles faziam mais sentido do que (o linguista Noam) Chomsky, Boaventura (de Sousa Santos, autor português), esses cânones do Fórum Social Mundial”, relata. Foi o evento de 2005, aliás, o divisor de águas para Fábio. “Percebi que não era para mim. Sempre fui cético em relação a ditaduras, e lá havia gente louvando Cuba e a URSS.”<br /><br />O advogado Leonardo Bruno de Oliveira, de 35 anos, mais conhecido como Conde por causa de seu blog, provoca esquerdistas desde o tempo em que estudava Direito na Federal do Pará. Produziu cerca de 30 edições de um jornalzinho no qual criticava o posicionamento predominante na universidade. “Pelo menos em Ciências Humanas, é um pensamento totalitário, querem cubanizar o Brasil”, afirma. “É devastador para a educação, porque intelectuais e professores se vendem por política e subsídios e adotam uma ideologia radical.”<br /><br />Marina Gladstone, de 22, apoia a chapa Reação para as eleições do DCE da USP, que serão realizadas de 27 a 29 de março. “Quando entrei na faculdade, não tinha a menor motivação para participar do movimento estudantil”, conta ela, que estuda Ciências Atuariais. Até que perdeu um colega de sala - Felipe Paiva, morto com um tiro no câmpus em 2011. “Era uma tragédia anunciada, havia muitos sequestros e roubos na época. Eu fazia o mesmo curso, usava o mesmo estacionamento. Pensei: se não fizer nada, posso ser a próxima.”<br /><br />A Reação é a única chapa a favor da presença da PM na universidade. “Quando você é de direita e vai a uma assembleia, é uma grande vaia, não há respeito pela opinião diferente”, diz. Mesmo assim, Marina persiste. “Se você não cuida do que é seu, quem vai cuidar?”Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-84412969235680224922012-03-09T00:18:00.003-03:002012-03-09T00:22:10.033-03:00Diga não (à guerra) às drogasNão é de hoje a busca do ser humano por substâncias psicotrópicas. Desde os primórdios da humanidade, os mais diversos povos utilizaram substâncias distintas na busca por elevação espiritual, auto-conhecimento, tratamentos médicos ou mesmo para o uso recreativo. A proibição do comércio e da posse de drogas é, entretanto, algo relativamente recente. Nos Estados Unidos, a lei contra as casas de ópio em San Francisco (1875) foi a precursora do proibicionismo, enquanto no Brasil somente em 1976 tivemos a primeira lei dispondo sobre a repressão ao comércio e à posse de tóxicos.<br /><br />Ao longo do século XX, a abordagem repressiva passou a ser a regra em políticas de drogas mundo afora. Com a imposição de sanções severas às condutas de traficantes e usuários, foi declarada uma verdadeira guerra mundial contra um conjunto de drogas (arbitrariamente definidas como ilícitas) com o claro objetivo de eliminá-las e impedir que as pessoas tivessem acesso a elas. Não obstante, os resultados de mais de um século de esforços governamentais visando à abolição do tráfico e do consumo de drogas fazem da guerra às drogas um dos maiores fracassos da história em termos de políticas públicas.<br /><br />Em primeiro lugar, nunca se encarcerou tanta gente por crimes relacionados ao comércio/consumo de drogas. Nos Estados Unidos, desde a declaração de “Guerra às Drogas” do então presidente americano Richard Nixon em 1971, o número de presos por crimes relacionados a drogas aumentou em mais de 2.000% (Department of Justice, 2005). No Brasil, onde tráfico de drogas é crime hediondo (sem progressão de regime até bem pouco tempo atrás), estima-se que quase a metade da população carcerária tenha envolvimento com o tráfico, sendo que em penitenciárias femininas esta é a realidade da ampla maioria das detentas.<br /><br />Além disso, o uso de drogas nunca foi tão disseminado como atualmente em países que reprimem o seu consumo. Nos EUA, país ocidental com uma das mais rígidas e repressivas políticas antidrogas, mais de 40% das pessoas com mais de 12 anos já experimentaram maconha – 10,4% no último ano, 6% no último mês (Department of Health and Human Services, 2005). Na Holanda, onde a venda em coffee shops é legalizada e regulada pelo estado esse número é de 22,6%, sendo que apenas 5,4% afirmaram terem consumido a substância no último ano (Trimbos Institute, 2006).<br /><br />A análise de tais fatos deixa claro que a estratégia de tratar as drogas como uma questão de polícia tem fracassado. É simplesmente impossível impedir em larga escala que pessoas produzam, comerciem e consumam drogas, a não ser que se deseje arcar com os diversos custos de se viver em um estado policial, onde a privacidade e a propriedade privada estejam sujeitas a violações em caso de suspeita da prática de tais condutas (não lesivas a direitos de terceiros por si só). Ainda assim, existem boas razões para acreditarmos que mesmo essa estratégia extremada fracassaria – é só verificar o que ocorre nas prisões mundo afora, onde presos têm sua rotina, seus corpos e seus pertences sob constante escrutínio e vigilância e, não obstante, o tráfico e o consumo de drogas são ainda mais prevalentes do que do lado de fora.<br /><br />Pessoas usam drogas pelas mais variadas razões, e é uma ilusão imaginar que a proibição vá impedi-las de usarem drogas. O que ela faz é fornecer incentivos para que sejam produzidas drogas cada vez mais fortes, aditivas e danosas ao organismo do usuário (como não existe segurança quanto ao investimento na produção, o “empresário das drogas” é essencialmente orientado para o curto prazo). Além disso, relega à informalidade negócios que poderiam gerar poupança, investimentos e empregos formais, onde disputas comerciais seriam dirimidas judicialmente e não por meio da violência como ocorre hoje. Além disso, a proibição cria terreno fértil para a corrupção de policiais, juízes e políticos, causando danos institucionais difíceis de serem revertidos.<br /><br />Trata-se também de optar entre incentivar o surgimento de mais indivíduos como um Philip Morris (fundador da companhia homônima produtora de cigarros) e um Jorge Paulo Lemann (sócio da multinacional brasileira de bebidas AB InBev) ou insistir em continuar criando o ambiente propício ao surgimento de tipos como Fernandinho Beira-Mar, Al Capone e Pablo Escobar. Queremos bens de consumo produzidos de forma transparente e responsável por empresas dotadas de reputações a zelar e responsabilizáveis judicialmente em caso de descumprimento de contrato ou produtos de procedência e qualidade absolutamente duvidosas, produzidos em laboratórios caseiros e vendidos por crianças empunhando fuzis? Um mercado que atenda a gostos diversos de acordo com as preferências do cliente ou um mercado onde predomina a incerteza, o medo e a arbitrariedade, onde misturas escondidas e vendedores de má-fé levam usuários desavisados de drogas mais leves ao crack e ao oxi?<br /><br />Dizem que não há nada mais forte do que uma ideia cuja hora já tenha chegado. Um século de repressão só fez aumentar o número de usuários, a população carcerária e o poder do crime organizado. A guerra às drogas busca atacar substâncias/objetos, mas acaba afetando profundamente milhões de pessoas. Buscar avanços na questão das drogas utilizando-se de métodos bélicos só produzirá mais resultados catastróficos. É insanidade seguir insistindo na mesmíssima estratégia fracassada baseada na proibição/repressão e, ainda assim, esperar resultados diferentes. É hora de dizer não à guerra às drogas.<br />__________________________________________<br />Artigo original publicado no <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/03/diga-nao-a-guerra-as-drogas/">OrdemLivre.org</a> dia 06/03/12Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-76166288662036005932012-02-18T23:32:00.007-02:002012-02-18T23:38:41.177-02:00Crise do Capitalismo?Confesso que estou um pouco de saco cheio de falar sobre o assunto. Mas como o pessoal parece que não entende (ou não quer entender), a gente tem que seguir martelando...<br />___________________________________________________<br /><br />Após o estouro da bolha imobiliária americana, e a consequente crise financeira mundial por ela catalisada, tornou-se algo corriqueiro ouvir falar em “falência do capitalismo”. As crises fiscais por que passam diversos países europeus também têm deixado exultantes os arautos do apocalipse econômico. Nenhuma novidade nisso.<br /><br />O que chama atenção é a falta de conhecimento e até de bom senso por parte de analistas políticos e opinião pública em geral, ao ignorarem as raízes da crise americana (produto de duas décadas de políticas habitacionais populistas que pressionaram empresas a flexibilizarem seus critérios de concessão de crédito) e da crise dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, afundados em problemas fiscais decorrentes de políticas de bem-estar social que geraram complacência e excessivo apego a privilégios).<br /><br />Ao relativizar-se a culpa de agentes estatais que buscaram manipular o mercado de acordo com suas convenções políticas, é prestado um desserviço ao debate sobre as soluções disponíveis para tirar a economia global desta situação. E, no caso brasileiro, nos impede de enxergar claramente quais medidas nos ajudarão a seguir um caminho distinto, rumo a um desenvolvimento economicamente sustentável.<br /><br />O Capitalismo não faliu nem terá seu fim tão cedo. A verdadeira falência foi a do modelo social-democrata de capitalismo de Estado, amparado em relações promíscuas entre Estado e empresas, vigente no Brasil e que, infelizmente, contaminou algumas das maiores economias do mundo, trazendo consequências globais. Está na hora de não mais aceitarmos que nos vendam gato por lebre. Seguir culpando o gato porque a lebre não consegue pegar o rato não nos conduzirá à prosperidade e ao desenvolvimento que tanto buscamos.<br /><br />__________________________________________________<br />Artico publicado na pág. 4 da edição de 16/02/2012 do Jornal do Comércio. Disponível <a href="http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=86691">aqui</a>.Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1340361043943532250.post-78186532837748021072012-02-16T12:56:00.002-02:002012-03-09T00:23:38.867-03:00O salário mínimo não ajuda os pobresAnualmente o debate sobre o aumento do salário mínimo toma conta do cenário político brasileiro. Na busca do valor considerado como ideal, oposição e governo digladiam-se com argumentos a favor e contra um aumento mais generoso, respectivamente. Independente do partido, quem está no governo tende a ser mais conservador, temendo o impacto previdenciário de um aumento alto demais, enquanto a oposição em geral é mais pródiga, defendendo aumentos eleitoreiros que sabe insustentáveis.<br /><br />Perante a opinião pública, entretanto, a questão é mascarada por um dualismo falacioso que se põe da seguinte maneira: quem é favor dos pobres, só pode ser a favor de maiores aumentos para o salário mínimo; enquanto aqueles que se posicionam contrariamente a tais medidas certamente odeiam os pobres e não querem vê-los ganhando mais. Tal visão traz consigo um equívoco primordial: a ideia de que a existência de um valor mínimo fixado por lei significa que ninguém receberá menos do que esse valor.<br /><br />Os preços de bens, serviços e fatores de produção em geral são estabelecidos não por uma autoridade central que supostamente saiba o “verdadeiro valor das coisas”, mas sim por um processo complexo de agregação de preferências chamado Mercado. É por meio da interação da oferta e da demanda que é aferida a escassez relativa de algo, originando o preço. Trabalho é um fator de produção, e, como tal, é negociado no mercado. Seu valor não é intrínseco ou objetivo, mas sim subjetivo.<br /><br />Quando um indivíduo compra algo, ele o faz por julgar que aquele bem ou serviço tenha um valor maior do que aquilo de que ele está abrindo mão. Se eu pago 50 reais por uma camisa, é sinal de que, em determinado momento, eu valorizo mais a camisa do que os 50 reais. Eu antevejo uma maior utilidade em ter a camisa do que em ter os 50 reais. No mercado de trabalho, a utilidade da força de trabalho de um indivíduo é sua produtividade. Quanto maior a produtividade do trabalhador, mais ele acrescenta ao produto total do trabalho (maior é, por consequência o seu produto marginal do trabalho).<br /><br />É óbvio que é impossível estimar perfeitamente qual o produto marginal do trabalho de uma pessoa, já que as tarefas e os processos laborais tendem a ser (especialmente em grandes empresas) interligados e indivisíveis. Aí é que entra o empreendedor, como agente fundamental no descobrimento de oportunidades econômicas não-aproveitadas. Sua capacidade de julgamento e antevisão possibilita uma melhor alocação de recursos e, consequentemente, maior riqueza geral.<br /><br />Ao empreendedor encarregado da contratação de pessoas cabe estimar corretamente a produtividade de um trabalhador no exercício de determinada função oferecendo-lhe um valor mais baixo do que o correspondente ao produto marginal do trabalho e mais alto do que a melhor alternativa do trabalhador. Ao decidir-se por contratar um trabalhador adicional, o empregador o faz antevendo uma possibilidade de ganhar com a contratação. Se o salário pago pelo empregador é mais alto do que o produto marginal do trabalho, a empresa estará perdendo dinheiro. Em um mercado competitivo, ninguém em sã consciência pode se dar ao luxo de fazer negócios antevendo a perda líquida de dinheiro.<br /><br />Não podemos ignorar a existência de casos em que se paga a um trabalhador um valor maior do que aquele com o qual ele contribui para o resultado da empreitada. A isso chamamos de caridade, seja a legítima (benevolente, privada e voluntária, por meio de organizações sem fins lucrativos diversas) ou a ilegítima (do governo, involuntária e coercitiva, com o dinheiro dos pagadores de impostos – a famosa “caridade com o chapéu alheio”). No setor privado, entretanto, existem incentivos suficientes para que tais situações sejam exceções à regra, sob o risco de insustentabilidade e falência para as empresas que adotem tais práticas. Trata-se de matemática básica: se meu custo com determinada transação é $2 e minha receita é $1, terei prejuízo.<br /><br />Mas diferentemente de bens e serviços avulsos, o trabalho com vínculo de emprego tem um preço mínimo estabelecido por decreto governamental no Brasil. Apesar de muito distante daquilo que prevê a Constituição Federal (que seja capaz de atender às necessidades básicas de moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social), a fixação de um valor mínimo para o salário (por menor que seja) representa um obstáculo para os trabalhadores cuja produtividade não alcança seu valor.<br /><br />Apesar das (presumíveis) boas intenções, cada novo aumento no valor do salário mínimo acaba prejudicando justamente a quem seu estabelecimento se propõe a ajudar: os trabalhadores mais pobres, menos qualificados e produtivos, vítimas de um sistema educacional ineficiente e concentrador de renda. Aqueles que mais precisam de trabalho acabam tendo sua empregabilidade reduzida, seja para ganhar experiência e, com isso, aumentarem sua produtividade, seja para garantir a comida no prato de sua família e sua própria sobrevivência.<br /><br />Não é por acaso (nem somente devido ao salário mínimo, frise-se) que hoje no Brasil cerca de metade da força de trabalho está na informalidade. Esses trabalhadores são autônomos ou atuam junto a empresas informais e, como tais, não têm segurança quanto a seus direitos de propriedade nem podem recorrer a linhas de crédito no mercado formal. Não podem crescer e aparecer no mercado, sob risco de terem seus negócios inviabilizados pela incidência de regulações e tributos impeditivos.<br /><br />Henry Hazlitt sumarizou com propriedade a questão em sua obra “Economia Numa Única Lição”: “[n]ão se pode fazer com que um homem mereça receber determinada importância tornando ilegal o oferecimento de importância menor. Ele está simplesmente sendo privado do direito de ganhar a importância que suas aptidões e situação permitiriam ganhar, ao mesmo tempo em que a comunidade está sendo privada até dos modestos serviços que ele possa prestar. É, em suma, substituir o salário baixo pelo desemprego. Todos estão sendo prejudicados, sem qualquer compensação.”<br /><br />Perde o trabalhador de baixa qualificação, pois acaba sendo excluído do mercado formal e acaba vivendo à margem da lei e/ou submetido a uma condição servil, na qual se (sobre)vive à base de benesses estatais que não possibilitam uma efetiva fuga da pobreza. Perde o empregador, por não poder contratar trabalhadores por valores mutuamente acordados e, com isso, é impossibilitado de produzir mais bens e serviços para ofertar a seus consumidores. Perde a sociedade como um todo, que deixa de ter à sua disposição riquezas provenientes de uma melhor alocação de recursos humanos no mercado e um melhor aproveitamento das possibilidades de divisão de trabalho. Ganham políticos populistas, que apesar de contribuírem com a elevação de barreiras à inserção no mercado de trabalho dos mais pobres e mais necessitados, são vistos por boa parte da sociedade como heróis do povo.<br /><br />___________________________________________________________________________________<br />Artigo originalmente publicado no <a href="http://www.ordemlivre.org/2012/02/o-salario-minimo-nao-ajuda-os-pobres/">OrdemLivre.org</a> em 07/02/12Fábio Ostermannhttp://www.blogger.com/profile/00796066205449653676noreply@blogger.com2